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Entrevista

 

Entrevista especial:

Regina Helena Paiva Ramos

Jornalista e escritora

 

Por Pepe Chaves*

Para Via Fanzine

30/08/2018

 

Jornalista Regina Helena Paiva Ramos.

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Regina Helena Paiva Ramos nasceu na cidade de São Paulo, onde reside atualmente. Se formou pela Faculdade de Jornalismo Cásper Libero em 1953. Atualmente aposentada, só escreve em casa. Iniciou seu trabalho jornalístico no jornal “O Tempo”, depois passou para “A Gazeta”. Trabalhou sempre em dois empregos e passou por grandes veículos da comunicação brasileira, como as revistas “Manchete”, “Fatos e Fotos”, “Revista Jóia”, “Construção em São Paulo”, “Popular da Tarde”, “Casa e Jardim”, TV Excelsior, TV Bandeirantes, e se aposentou na revista “Visão”, como editora de “País”. Também trabalhou durante a ditadura no jornal “O São Paulo”, sob a direção de D. Paulo Evaristo Arns, sob censura.  Esteve em Angola como jornalista e passou cerca de 10 dias com os guerrilheiros da UNITA – União para a Independência Total de Angola. Atualmente é editora do seu blog Escrevinhações, publicando artigos e ensaios de sua autoria.

 

Via Fanzine – Quando e como a senhora passou a se interessar pela informação e pela linguagem escrita em si?

Regina Ramos – Desde criança. No ginásio, em vez de prestar atenção às aulas de matemática ficava escrevendo romances...

 

Via Fanzine – A senhora se formou pela Faculdade de Jornalismo “Cásper Líbero”, em 1953 e começou a sua vida profissional muito cedo, no jornal “O Tempo”, em 1953. Por favor, nos fale um pouco do início de sua carreira.

Regina Ramos – “O Tempo” era um jornal moderno, o diretor era o Hermínio Sacchetta, um mestre. O redator chefe tinha feito um curso nos Estados Unidos e trouxera de lá novidades como o “lead”, diagramação, etc. Foi um aprendizado muito interessante. Devo muito ao Hermínio Sacchetta, tanto que dediquei meu livro “Mulheres Jornalistas” a ele.

 

Via Fanzine – Após sua saída do jornal “O Tempo” a senhora passou por outros grandes e reconhecidos veículos da imprensa brasileira. Poderia nos fazer um resumo de sua trajetória profissional?

Regina Ramos – Já respondi lá em cima, falando dos locais onde trabalhei. Esqueci de dizer que antes de me formar também trabalhei na radio Gazeta e na Tribuna da Imprensa. Conheci e privei com Carlos Lacerda, com quem também aprendi jornalismo. Também faltou dizer que trabalhei na sucursal do Correio da Manhã, uma fase ótima, com a chefia de Hideo Onaga, outro grande mestre.

 

Via Fanzine – Mais tarde, a senhora trabalhou também como editora e sempre esteve ao lado de marcantes personagens da imprensa e da sociedade brasileira. Como foi para a senhora todo este aprendizado e convivência, através das diretrizes de sua profissão e seu meio social?

Regina Ramos – Costumo dizer que em todos os lugares aprendi um pouco. Tanto com os chefes como com os colegas. Aprendi a fazer televisão com o Cláudio Petraglia, uma das figuras importantes da televisão brasileira. Aprendi muito com o colega jornalista Ewaldo Dantas Ferreira. E aprendi até com o patrão Henry Maksoud, dono da Visão, que todos (até eu!) achávamos chato e ditatorial. Mesmo assim aprendi muita coisa com ele. Minha vida profissional foi uma série de aprendizados a cada lugar em que ia trabalhar.

 

Via Fanzine – Fazendo uma comparação daqueles tempos, a partir de meados da década de 1950 até a atualidade, a seu ver, quais foram as mudanças mais marcantes sofridas pelo jornalismo, seja no Brasil ou no mundo?

Regina Ramos – Mudou tudo! Sou do tempo das grandes reportagens, que praticamente acabaram. Sou do tempo em que escrever corretamente era superimportante. (Parece que hoje já não é, vide erros até ortográficos – fora os de português mesmo! – que são vistos em jornais de hoje e em portais da internet. Fico com raiva. Mas, às vezes, triste. As entrevistas eram feitas olho no olho, coisa importante. A tecnologia mudou isso, hoje o telefone e a internet funcionam muito bem e o repórter poupa tempo. Mas o “olho no olho” acabava sendo muito bom!

 

Via Fanzine – Como escritora, a senhora é autora dos livros “Isso é Definitivo?” (Contos, Melhoramentos 1979); “Como viver só” (Melhoramentos, 1981); “Culinária Paulista” (Melhoramentos, 1996 – 4 edições); “Culinária Mineira” (Melhoramentos, 1996); “As Duas Noras” (Contos, Musa Editora - 2000); “Mata Atlântica. Vinte Razões para Amá-la” (Musa Editora, 2005); “Cidadania Pede Passagem - A História das sociedades de amigos da Costa Sul de São Sebastião” (Callis Editora, 2004); “Mulheres Jornalistas – a Grande Invasão” (Imprensa Oficial, 2010). O que a fez reunir em seu trabalho literário temáticas tão distintas? E quais destes trabalhos a senhora julga de maior contribuição à literatura brasileira?

Regina Ramos – Não sei dizer se são importantes para a literatura brasileira. Fico muito feliz de ter tido críticas excelentes para o meu livro de estreia, o “Isso é Definitivo?”, inclusive do Houaiss.  Importante para a história do jornalismo acho que é o “Mulheres Jornalistas”, por contar a trajetória de mulheres nas décadas de 30, 40 e 50. Se eu não contasse, quem saberia? Essas mulheres mereciam passar à história do jornalismo. Nem é o meu livro, são elas que deram importância a ele. Os livros foram “acontecendo”, cada um a seu tempo e conforme o interesse que estava tendo na ocasião.

 

Via Fanzine – Recentemente a senhora lançou “O livro de meu pai. Um quase romance” (RG Editores, 2018), apresentando a biografia do médico Manoel de Paiva Ramos, seu pai. Por favor, nos fale um pouco do conteúdo deste trabalho e sobre o que a motivou a escrever este livro.

Regina Ramos – Meu pai foi um corajoso pioneiro em vários setores. Foi o introdutor do kefir e do iogurte no Brasil na década de 20. Passou à homeopatia na década de 40 e foi preciso ter coragem para isso.  Foi dos primeiros a enfatizar a importância da soja. Era um inovador, um curioso, um homem à frente do seu tempo. Merecia que eu contasse a sua história.

 

Via Fanzine – O que a senhora poderia nos sintetizar a respeito do trabalho do médico Manoel de Paiva Ramos?

Regina Ramos – Como disse na resposta acima, meu pai foi um pioneiro. Em tudo. E era uma criatura preocupada com o outro. Ajudava, além de clinicar. Uma das coisas que mais ouço de clientes dele que ainda encontro é “como ele me ajudou”! Era também um batalhador pelas coisas certas. Numa entrevista dele a um jornal, encontrada nos arquivos dele, (cito no livro) quando perguntado se era a favor da criação de um departamento de saúde da criança” respondeu que sim, desde que não dessem mais importância aos escritórios luxuosos, às secretárias bem pagas, aos carrões para os dirigentes e pouca importância à criança. Ele falou isso na década de 50. Infelizmente ainda é o que acontece hoje. Outra característica importante dele é que não tinha preconceitos contra as terapias. Dizia que era preciso curar com o que se apresentasse para curar.  Daí se considerar um médico neo-hipocrático.

 

Via Fanzine – Como autora a senhora recebeu alguns prêmios literários ao longo de sua carreira. Poderia nos falar um pouco sobre estes trabalhos que receberam maior destaque?

Regina Ramos – Não recebi muitos prêmios, não. Fiquei com o 9º. Lugar num concurso de contos do Unibanco (eram seiscentos e tal contos). Fiquei com o primeiro lugar e uma menção honrosa no Concurso “Mulheres entre linhas”, da Secretária de Estado da Cultura de São Paulo. No jornalismo recebi o Prêmio Mercedes Benz por uma reportagem publicada na “Visão” sobre poluição veicular, “Respirar é Preciso”. Agora estou felicíssima por que inscrevi uma peça de teatro sobre a poeta portuguesa Florbela Espanca no concurso do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro – Brasil em Cena -   e fui selecionada para leitura da peça, que será realizada no dia 6 de outubro. Estou ainda sobre o impacto disso. Muito feliz!

 

Via Fanzine – A senhora também é autora de peças teatrais, algumas encenadas por destacados atores nacionais. Poderia nos contar desta atividade e dos trabalhos mais marcantes produzidos nesta área?

Regina Ramos – Antes de ser jornalista eu queria ser atriz ou dramaturga. Achava que poderia ser uma nova Shakespeare (rs...)  Mas fui ser jornalista e levei um tempão para escrever minha primeira peça, “E agora? O que eu faço com o pernil?”, história de um casal que se odeia, ele está doente e ela toma conta dele, o marido morre na véspera do domingo de Páscoa e a mulher acha que o velho morreu para estragar o Domingo de Páscoa dela... Escrevi quando já tinha uns 60 e poucos. A peça ficou numa gaveta por vários anos, até que Rosamaria Murtinho a montou. Ficou em cartaz no Rio, em São Paulo e em várias capitais do país por dois anos e meio. Agora tenho várias outras, escritas, guardadinhas em gavetas, já mostrei para vários atores, mas até agora não consegui montar mais nenhuma.

 

Via Fanzine – Como admiradora dessas artes, em sua análise, em que mais difere a dramaturgia e a teledramaturgia atuais para as de algumas décadas atrás? Enfim, quais foram as mudanças mais marcantes no teatro e na televisão nos últimos tempos?

Regina Ramos – Escrever teatro é uma coisa, escrever para televisão é outra.  As técnicas são muito diferentes. Há quem consiga. Eu não sei escrever para tevê. Até gostaria, mas não sei. Acho que a dramaturgia no Brasil teve um “boom” fantástico, primeiro com o TBC que descobriu Suassuna e Jorge de Andrade, depois com o Teatro de Arena, em São Paulo, lançando autores como Gianfrancesco Guarnieri, Vianinha, Roberto Freire, Augusto Boal. Hoje começam a surgir outra vez bons autores de teatro. O que está difícil é montar peças. O governo federal auxilia pouco (a Lei Rouanet existe, mas nos últimos 14 anos esteve sendo distribuída apenas a quem era simpatizante de um partido político), não há boas subvenções e para terminar – a cereja do bolo – há uma lei que obriga os produtores a concederem 50% a idosos e a estudantes (muitas vezes falsos estudantes), sem nenhuma contrapartida. Vamos comparar o teatro com uma padaria. Obrigar os produtores de teatro a darem 50 % a idosos porquê? Os padeiros aceitariam que fossem obrigados a oferecer 50% do preço do pão que fabricam aos idosos? Pão e teatro são mercadorias. Um para alimentar o corpo, outro para alimentar a alma. Ambos são produto do esforço de seus produtores. Querem dar 50% aos idosos que vão ao teatro? Ótimo! Então subsidiem isso! Mas não: o governo faz gentilezas com o chapéu alheio...

 

Via Fanzine – Após se aposentar a senhora residiu em Juquehy, na praia de São Sebastião, litoral paulista. Nesta cidade participou e ajudou a criar – além de presidir - a Sociedade Amigos do Juquehy. Como foi para a senhora a experiência adquirira através deste envolvimento com a comunidade local?

Regina ramos – Foi algo inesquecível! Aprendi a respeitar o meio ambiente, aprendi a ser solidária com o bicho homem que precisa do meio ambiente para viver, aprendi que reciclagem de lixo é importante, aprendi centenas de coisas! Foi uma época de grande riqueza e em que pude ajudar o bairro a segurar o “progresso” desenfreado e desorganizado. Progresso tem que vir ordenado e sem agressões ao meio. “Segurei” as pontas durante muito tempo. E há dois anos vendi minha casa, vencida totalmente pela especulação imobiliária, pela corrupção, pela burrice sem precedentes de gente que nem mereceria a denominação de “gente”. Estragaram com o lindíssimo litoral norte paulista!

 

Via Fanzine – Naquela mesma época a senhora foi convidada para assumir o cargo de secretária de Meio Ambiente da Prefeitura de São Sebastião, para implantar uma secretaria que ainda nem existia. O que a senhora pode nos dizer sobre este trabalho desenvolvido na área ambiental de São Sebastião e sua aproximação de uma gestão política?

Regina Ramos – Também foi uma época boa, fiquei do lado de lá do balcão. Pude fazer, durante quatro anos, uma gestão eficiente e digna, graças ao prefeito Luiz Alberto de Faria, popularmente chamado de Luizinho. Sem um prefeito correto uma boa gestão ambiental seria impossível. Ampliamos a coleta seletiva para todo o município, formamos dois viveiros (um deles a gestão seguinte abandonou e deixou que o telhado desmoronasse em cima de 15 mil mudinhas de espécies da mata atlântica), criamos leis para construções privilegiando o meio ambiente, criamos o dia do Gari, instituímos cartilhas de meio ambiente para a população escolar do município, uniformizamos e reciclamos a Guarda Ambiental (que não existe mais!). Enfim, foi uma época de muito trabalho e de grande aprendizado.

 

Via Fanzine – Como a senhora analisa a atual situação política do Brasil, com base no que temos hoje para as urnas nestas eleições 2018?

Regina Ramos – Caos total!

 

Via Fanzine – E o que poderia reverter esse caos?

Regina Ramos – As pessoas têm que votar bem. Em candidatos realmente preocupados com o Brasil. Como a educação, nesta pátria tupiniquim, está quase zerada, as pessoas não estudam, não se informam, não foram educadas para compreender a crise que vivemos, temo que isso não aconteça nesta eleição.

 

Via Fanzine – Como a senhora vê a atuação das alas da direita, do centro e da esquerda no Brasil atual?

Regina Ramos – Há mais ou menos 30 anos eu já achava que direita e esquerda são denominações antiquadas e passadistas.  Acho que o mundo deve ser dividido não entre direita e esquerda, mas em burros e inteligentes, entre gente safada e gente honesta, entre quem se preocupa com o desenrolar do progresso e os que só pensam em si, entre os que amam seu país e os que amam seus bolsos. Entre gente atrasada e gente atualizada. Há gente dita de direita fazendo coisas certas, outros errando. Há gente dita de esquerda fazendo coisas certas e muita gente errando. Bolsonaro, considerado de direita, é apenas um machista e homofóbico atrasado e inculto. Deputado medíocre. Mas há gente muito correta que votará nele, pessoas apenas desinformadas, enganadas, que vêm no candidato a salvação do país. E Lula, é de esquerda? O quá! Como dizem os caiçaras. Nunca foi! É só um espertalhão carismático e enganador, o negócio dele é falar o que outros querem ouvir. E enricar, como enricou.

 

Regina Ramos ao lado de seu sobrinho bisneto Jairo Lemos Nagib Jorge.

 

Via Fanzine – Através de seu blog Escrevinhações a senhora tem propagado um pouco do seu pensamento e sua visão do cotidiano. O que a motivou a ser também blogueira?

Regina Ramos - Decidi fazer um blog para poder "desovar" coisas que vou escrevendo. Coloco nele velhas entrevistas e reportagens, críticas de espetáculos que vejo, dicas sobre livros e tudo o que me vem à cabeça. Tenho colocado velhas lembranças, histórias de gente que entrevistei. Meu grande patrimônio são as pessoas que conheci durante minha vida profissional.  Alguns são figuraças! E sobre o blog: fico radiante quando, pelo "following reader" vejo que tenho leitores na China, na Croácia, na Itália, na França, na Inglaterra, no Canadá, na Albânia, na Islândia, na Índia, na Escócia. De Portugal, Estado Unidos e Brasil nem falo, são leitores diários. Esses leitores de locais distantes são a prova da maravilha que é a internet. Acho a internet um milagre!

 

Via Fanzine – Em seu artigo “Castas, também as temos! Ora, se!” publicado por Via Fanzine a senhora aborda um pouco da atuação do judiciário – nesse caso, do STF - nos desígnios políticos do Brasil. O que a senhora pode nos falar deste atual momento do país no tocante a este assunto?

Regina Ramos – Preocupante! Preocupante! Preocupante! Há ministros do Supremo que não serviriam nem para faxineiros da casa. Mas estão lá, com seus salários, seus penduricalhos e sua onipotência.

 

Via Fanzine – Como a senhora analisa a indicação dos ministros para o Supremo e como tais indicações podem interferir em julgamentos de cunho político?

Regina Ramos – Estamos vendo acontecer: ministros nomeados por determinados governos estão protegendo as pessoas desse mesmo governo. Lewandovski livrou Dilma da cassação. Tofoli, que foi assessor de José Dirceu e advogado do PT, só julga a favor do PT. Isso tem que acabar. Os Ministros devem ser indicados pela sua capacidade e conhecimento jurídico, indicados talvez pela OAB em lista tríplice e aprovados pelo Congresso.

 

Via Fanzine – Muitos têm falado na “judicialização da política” no Brasil. Como a senhora vê as interferências diretas do poder judiciário sobre o executivo e o legislativo, especialmente, no tocante ao julgamento de crimes cometidos pelos nossos agentes públicos?

Regina Ramos – Está tudo junto e misturado. Justiça pretende legislar. E legisladores querem dar uma de juízes!

 

Via Fanzine – E como a senhora analisa o papel e o trabalho desempenhado pela PGR, pelo MPF, pelos procuradores e delegados federais, no tocante ao combate à corrupção no Brasil?

Regina Ramos – Tem sido a salvação da lavoura!

 

Via Fanzine – Depois da Lava Jato vimos agentes públicos de diferentes partidos se unindo para mudar leis no sentido de desagregar/dificultar os trabalhos de investigação do MPF na esfera política. Como a senhora analisa esta situação?

Regina Ramos – Eles estão fazendo exatamente o que se espera deles: legislar em causa própria. É uma cambada imoral e amoral que os eleitores precisariam varrer de Brasília.

 

Via Fanzine – A senhora é a favor da Operação Lava Jato e outras similares levadas a cabo pelo Ministério Público Federal para apurar possíveis (ou comprovados) desvios de verbas da União?

Regina Ramos – Nossa! Muito a favor! Que seria de nós, brasileiros, se não fossem eles? Estão colocando a mão na ferida. Ou nas feridas, melhor dizendo. 

 

Via Fanzine – De modo geral, temos assistido a um sucateamento cultural e até mesmo dos valores éticos, e políticos em nosso país. E pelo visto, as opções que temos como gestores públicos para as esferas federal e estadual para as próximas eleições não têm muito a somar para uma efetiva mudança a curto prazo. Para a senhora, o que poderá nos vir a seguir?

Regina Ramos – O sucateamento cultural que nos assola é evidente e terrível. O mesmo acontece com os valores éticos. Volto ao assunto “direita e esquerda”. O sucateamento tem vindo de todas as direções: direita, esquerda, leste e oeste. Temos poucas opções e receio que os mesmos fanfarrões corruptos ou suas crias sejam eleitos. Acredito muito em Deus e peço a ele que volte a ser brasileiro.

 

Via Fanzine – Como crítica e observadora do cenário político nacional, qual seria o melhor remédio que a senhora receitaria ao Brasil em tempos atuais?

Regina Ramos – A única solução é o povo votar bem. Como a educação também foi sucateada, esse “votar bem” pode demorar muito.

 

Via Fanzine – Agradecemos pela entrevista e pedimos para nos deixar suas considerações finais.

Regina Ramos – Obrigada pela entrevista. Acabei me sentindo muito importante com algumas perguntas e temo ter sido radical. Mas, fazer o quê? Acho que vocês queriam sinceridade e isso consegui ser. Vamos ser sinceros, sempre: estamos mal neste país, não estamos? Eu rezo. Rezo sempre ao padre Anchieta, nosso santo brasileiro (apesar de ter nascido na Espanha): “Padre Anchieta querido, proteja o país por onde você andou! A indiarada velha de guerra ainda precisa muito das suas lições. Valei-nos que a coisa está feia!”

  

* Pepe Chaves é editor de Via Fanzine e da rede de portais ZINESFERA.

 

- Fotos: Arquivos de Regina Helena Paiva Ramos.

 

- EXTRA: Acesse o blog Escrevinhações.

 

- Produção: Pepe Chaves.

© Copyright 2018, Pepe Arte Viva Ltda.

 

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