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 Arqueologia

 

 

Portugal:

Mais descobertas relevantes nos Açores

Cada vez mais, tudo leva a crer que realmente o arquipélago já teria sido

habitado antes da ocupação portuguesa, faz mais de dois mil anos.

 

Por Pepe Chaves

Para Via Fanzine

BH-30/06/2011

 

Açores: evidências levam pesquisador a crer na antiga presença cartaginesa nos Açores.

 

Descoberta ganha corpo

 

De acordo com informações recebidas do professor Joaquim Fernandes, do Porto, Portugal, surgiram mais evidências sobre as descobertas histórias no arquipélago de Açores. As novas descobertas estão prestes a mudar uma história escrita por navegadores portugueses que conta com mais de dois mil anos.

 

Achados de origem arqueológica foram anunciados nos Açores em março de 2011, evidenciando a presença humana pré-portuguesa no arquipélago atlântico. Foram encontradas dezenas de hipogeus (estruturas escavadas na rocha usadas no Mediterrâneo como sepulturas) nas ilhas do Corvo e Terceira, nos Açores.

 

São monumentos que poderão ter dois mil anos, que podem indicar, segundo os pesquisadores, a ocupação das ilhas por cartagineses, em épocas anteriores à presença portuguesa no arquipélago.

 

O professor Fernandes nos encaminhou em 30/06, uma missiva recebida do investigador arqueológico e presidente da Associação Portuguesa de Investigação Arqueológica (APIA), Nuno Ribeiro, onde são apontadas mais evidências da presença pré-portuguesa nos Açores.

 

Cada vez mais, tudo leva a crer que realmente o arquipélago já teria sido habitado antes da ocupação portuguesa, faz mais de dois mil anos. Diversos vestígios civilizatórios continuam sendo encontrados recentemente por pesquisadores arqueológicos naquela região.

 

Curiosamente, tal fato vem de encontro à ficção, vez que o também recente lançamento do livro "O Cavalheiro da Ilha do Corvo" (Editora Bússola, 2010, São Paulo-SP), de Joaquim Fernandes, narra uma civilização pré-portuguesa nos Açores, apesar de este se tratar de uma obra ficcional.

 

Mais novidades nos Açores

 

Prova disso é que recentes informações nesse sentido, prestadas pelo arqueólogo Nuno Ribeiro ao professor Joaquim Fernandes, foram repassadas por este, com exclusividade, ao diário brasileiro Via Fanzine.

 

“Encontramos os primeiros templos Cartagineses nos Açores na Ilha Terceira, para além de mais hipogeus na Ilha Terceira e Santa Maria. Os dois templos situam-se no Monte Brasil e inserem-se num enorme complexo de estruturas sepulcrais antigas. O primeiro templo tem pias e canais associados ao culto da água doce, onde se praticavam libações”, afirmou o pesquisador ao professor.

         

De acordo com Ribeiro, “O segundo templo é também dentro de um enorme hipogeu ou gruta artificial onde foi escavado um tanque ritual, que se acede através de escadinhas, existindo ainda um banco ao longo das suas paredes. Numa das extremidades existe ainda o local onde estaria o Bétilo, com a estátua da divindade”.

 

O pesquisador enviou a Fernandes fotos dos monumentos que, segundo ele, trata-se em princípio da Deusa Tanit. Nuno Ribeiro destaca que se tratam de “Monumentos espetaculares e bem conservados, para além de existirem mais hipogeus nas proximidades”.

 

Nuno Ribeiro também expressou suas convicções, “Já não tendo dúvidas sobre a presença Cartaginesa. As questões agora são outras, como: Em que ano ou século terão chegado? E em que século abandonaram as ilhas e o que aconteceu às populações que aqui residiam? O que encontramos irá transformar por completo o que se pensava sobre as navegações Atlânticas. Temos dados inquestionáveis”, afirmou.

 

O arquipélago dos Açores, no Atlântico.

 

O descobrimento dos hipogeus

 

Os hipogeus em Cores foram descobertos em agosto de 2010, pelo arqueólogo Nuno Ribeiro, que na ocasião, declarou à agência de notícias Lusa, “No Corvo são dezenas de estruturas, que estão à vista, e tudo indica que se tratam de monumentos muito antigos, porque, inclusive, situam-se em áreas onde não houve agricultura”.

 

Nuno Ribeiro apresentou suas descobertas numa conferência de arqueólogos da APIA, durante o “Congresso XV SOMA 2011, Arqueologia do Mediterrâneo”, realizado em março na Universidade de Catania, na Sicília, Itália.

 

Apesar de ainda carecer de estudos precisos para se comprovar cientificamente a constatação, as revelações de possível presença humana anterior a dos descobridores portugueses no arquipélago dos Açores, têm causado certo mal estar no meio acadêmico da História portuguesa.

 

Contudo, Ribeiro admite que realmente possamos estar perto de ver uma antiga história ser oficialmente alterada. “As estruturas [encontradas nas ilhas] indicam que poderão ter construído aqueles monumentos para sepultar alguém, ou seja, que alguém há mais de dois mil anos tenha estado nas ilhas”, declarou.

 

* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e da Rede VF (Brasil).

   - Com informações de Joaquim Fernandes/Nuno Ribeiro (Portugal).

 

- Imagem: Nuno Ribeiro.

 

- Tópicos associados:

   Os Açores há dois mil anos – artigo de Joaquim Fernandes.

   Quem descobriu os Açores, afinal? – ‘O Cavaleiro da Ilha do Corvo’/Joaquim Fernandes.

   Açores: encontradas sepulturas de 2 mil anos – reportagem TVI/Portugal.

   Entrevista com o editor de ‘O Cavaleiro da Ilha do Corvo’

  Descoberta uma importante xancra em Portugal

 

- Extra:

- O Cavaleiro da Ilha do Corvo, 320 pags.

   Autor: Joaquim Fernandes - ISBN: 978-85-62969-00-3

   Valor: R$ 39,90 

- Pedidos e mais informações: paulo@editorabussola.com.br

 
 
- Produção: Pepe Chaves
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