Galáxias
Simbiose intergaláctica: Androláctea: o futuro de duas galáxias Uma simulação em supercomputadores dá conta que a nossa galáxia e a vizinha Andrômeda estão em rota de colisão a uma velocidade de 500 mil quilômetros por hora.
Por Márcio R. Mendes* De Dois Córregos/SP Para Via Fanzine BH-04/10/2016 ATUALIZADO
A Via Láctea aparece no alto à esquerda e Andrômeda, bem maior abaixo. Uma galáxia deverá passar dentro da outra daqui a quatro bilhões de anos. Leia também ‘Monstro’ intergaláctico é observado pela NASA Outros destaque em Via Fanzine
Quem sabe o que nos aguarda em um futuro próximo? Poderia a nossa galáxia, com o tempo, interagir com elementos externos que coabitam o cosmos? Esta possibilidade remonta a teoria da "Androláctea".
Uma simulação em supercomputadores dá conta que a nossa galáxia e a vizinha Andrômeda estão em rota de colisão no "Grupo Local" (conjunto de galáxias mais próximas da nossa; são 17 no total). Esse estudo aponta que, dentro de aproximadamente alguns bilhões de anos, essas galáxias devem colidir e misturar seus componentes.
As galáxias de Andrômeda e a Via Láctea aproximam-se a uma velocidade de 500 mil quilômetros por hora. Contudo, acredita-se que somente daqui a quatro bilhões de anos elas começarão a se interagir. A Via Láctea, sendo menor, deverá passar através de Andrômeda e o impacto liberará uma cauda de estrelas.
Com o choque, o nosso sistema solar deverá se desfigurar ou ser destruído pela radiação das supernovas que se formarão na nova e temporária galáxia, a Androláctea. O telescópio orbital Hubble já registrou um choque real entre duas galáxias conhecidas como Ratazanas e acredita-se que o processo que deverá juntar a Via Láctea e Andrômeda seja semelhante.
Na verdade, numa colisão de galáxias, raramente as estrelas que as compõem entram em interação direta, pois a enorme distância média entre elas, faz com que uma galáxia "passe" através da outra.
Por outro lado, os puxões gravitacionais e os efeitos de maré, acabam remodelando esses conjuntos. Há grandes chances de que haja uma troca considerável de estrelas após a interação. Há chances de o nosso Sol migrar para a galáxia de Andrômeda, à medida que esta passa por entre a nossa. Da mesma maneira, a Via Láctea poderá herdar estrelas que originalmente eram de Andrômeda. Claro, a forma espiralada desses “universos ilhas” também será alterada, resultando, provavelmente, em galáxias elípticas.
Após a fusão dessas galáxias, certamente, o nosso céu teria um aspecto bem diferente daquele que conhecemos hoje, modificando para sempre toda a estrutura da Via Láctea.
O processo de colisão, na escala cósmica é rápido, porém, em nossa escala de tempo, deverá ocorrer como um evento com a duração na casa de bilhões de anos. Os astrônomos cunharam o nome de "Androláctea" para a nova galáxia, em menção à fusão da Via Láctea com a galáxia de Andrômeda.
* Márcio R. Mendes é formado em Física, professor e astrônomo amador em Dois Córregos-SP. É colaborador de Via Fanzine.
- Foto: Hubble / Fotomontagem VF.
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