Ônibus Espacial Columbia
Acidente espacial: Resgate de manuscritos do Columbia Diário de astronauta israelense encontrado entre os destroços do ônibus espacial foi adicionado à Biblioteca Nacional de Israel.*
Ilan Ramon, morto no acidente, escreveu a maior parte do diário enquanto estava em órbita a bordo do ônibus espacial Columbia. Leia também: Últimos destaques de Via Fanzine
As páginas manuscritas do diário do primeiro astronauta de Israel foram adicionadas à Biblioteca Nacional de Israel em Jerusalém, mais de 20 anos depois de terem sido encontradas entre os destroços da tragédia da NASA que ceifou sua vida.
O acidente do ônibus espacial Columbia ocorreu no dia 1º de fevereiro de 2003, durante a fase de reentrada na atmosfera terrestre, a apenas dezesseis minutos de tocar o solo no regresso da missão STS-107, causando a destruição total da nave e a morte dos sete astronautas que compunham a tripulação. Esta missão, de objetivo científico, teve a duração de dezesseis dias, ao longo dos quais foram cumpridas com sucesso, as cerca de oitenta experiências programadas.
Ilan Ramon escreveu a maior parte do diário enquanto estava em órbita a bordo do ônibus espacial Columbia, servindo como especialista em carga útil no STS-107, o último e malfadado voo dessa espaçonave. As páginas encontradas documentam o dia a dia de Ramon no espaço, desde sua rotina de higiene até as pesquisas que realizou em nome da NASA e de seu país natal.
Também foram incluídas suas notas sobre as práticas judaicas que ele demonstraria do alto da Terra. "Identificada entre as páginas restauradas estava a bênção do vinho na noite de sexta-feira, com anotações de Ramon. Aparentemente ciente de que iria transmitir o 'Kiddush' ao vivo do espaço, Ramon queria ter certeza de que não esqueceria uma única palavra", dizia um comunicado emitido pela Biblioteca Nacional de Israel.
Partes do diário foram resgatadas após o acidente.
Após 16 dias circulando ao redor do planeta, Ramon e seus seis tripulantes da STS-107 perderam suas vidas na manhã de 1º de fevereiro de 2003, quando o ônibus espacial Columbia se separou durante sua reentrada na atmosfera da Terra. Uma investigação subsequente descobriu que um segmento de espuma que se soltou do tanque de combustível externo do ônibus espacial durante o lançamento atingiu a asa esquerda do orbitador e deixou um buraco em sua borda de ataque.
À medida que o veículo descia de volta à Terra, o plasma quente fluía através do buraco para o Columbia, enfraquecendo a sua integridade estrutural. O estresse de mergulhar de volta na atmosfera despedaçou a nave.
As páginas esfarrapadas e manchadas do diário de Ramon foram descobertas entre os 84 mil fragmentos que estavam espalhados ao leste do Texas.
“Os pesquisadores acreditam que a natureza leve do papel permitiu que o caderno deslizasse lentamente, deixando-o relativamente intacto, com a maior parte dos danos provavelmente ocorrendo após o retorno à Terra, tendo caído em uma área úmida e pantanosa”, afirmou o National.
Os manuscritos do astronauta, quando foram descobertos em terra.
Os outros pertences pessoais recuperados de Ramon incluíam uma cópia de "Moon Landscape", um desenho de Petr Ginz, que foi morto em Auschwitz; um pequeno rolo da Torá, resgatado anteriormente do campo de concentração de Bergen-Belsen; e um pouco de vinho para abençoar o sábado. Havia também uma carta do filho de Ramon, Assaf (que mais tarde, como piloto de caça, morreu em um acidente de treinamento num voo em 2009), bem como um caderno que ele usou para anotar sua experiência.
O diário foi inicialmente levado ao Museu de Israel, onde as páginas foram cuidadosamente restauradas e preservadas, com a ajuda do departamento forense da Polícia de Israel.
Vinte anos depois, o documento foi entregue à Biblioteca Nacional por funcionários e pelos dois filhos de Ramon. O diário foi digitalizado e colocado em um cofre junto com outros itens raros da instituição. O cofre é climatizado de forma que as condições internas sejam monitoradas para manter seu acervo seguro.
“O diário está em boa companhia aqui, na mesma sala que Isaac Newton e Maimônides, junto com a carta de Ilan Ramon ao Prof. Yeshayahu Leibovitz”, disse Marcela Szekely, chefe do laboratório de conservação da Biblioteca Nacional de Israel, em um comunicado.
Outros itens mantidos pela biblioteca incluem uma cópia do diário mantido pelo astronauta da NASA Jeff Hoffman, o primeiro judeu americano a voar para o espaço. Ao longo de suas cinco missões em ônibus espaciais, entre 1985 e 1996, Hoffman voou com uma série de itens judaicos, incluindo um pião de Chanucá e um pequeno rolo da Torá no qual ele leu o Livro do Gênesis enquanto estava em órbita.
Segundo Szekely, depois de mais estudado e cuidado, o diário de Ramon será considerado para exposição, integrando a exposição permanente da biblioteca.
* Informações de Collect Space, com edição e traduçã ode Pepe Chaves para ASTROvia. 14/06/2024
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