China - astronáutica
China: Estação espacial em queda livre Orgulho nacional, o primeiro módulo da estação lançada pela agência espacial chinesa (CNSA) cumpriu o sonho chinês de se equiparar aos EUA e a Rússia criando sua própria estação espacial e agora se põe em queda livre.
Por Pepe Chaves* Para Via Fanzine 13/03/2018
A área em verde compreende o espaço de possível reentrada do módulo espacial chinês Tiangong-1. Os pequenos traços em verde são as rotas do artefato. - Leia também: Especial: Lixo espacial em queda - TV FANZINE (vídeo) Especial: Coisas que caem do céu China lança missão lunar não tripulada A 1ª taikonauta: mulher a bordo da Shenzhou IX China acopla 1º módulo de sua estação espacial China quer homem na Lua em 2025 Phobos-Grunt: Sonda deve cair entre os dias 15 e 16/01/2012 Reentrada em queda: O retorno da Phobos-Grunt Inquérito sobre fiasco de Phobos-Grunt é concluído
Um "Palácio Celestial" chinês está caindo descontroladamente sobre as nossas cabeças e atingirá algum lugar da Terra na virada para o próximo mês de abril. A estação espacial chinesa Tiangong-1 (Palácio Celestial) já entrou em precipitação e, após permanecer algum tempo em órbita, o imenso artefato segue puxado pela gravidade contra a superfície do planeta.
Orgulho nacional, o primeiro módulo da estação lançada pela agência espacial chinesa (CNSA) cumpriu o sonho chinês de se equiparar aos EUA e a Rússia criando sua própria estação espacial e agora se põe em queda livre.
Em outubro de 2011, a nave Shenzhou-8 marcava uma nova era na exploração espacial chinesa quando se acoplou pela primeira vez ao módulo Tiangong-1, numa altitude de 340 quilômetros.
Em 2013, o módulo Tiangong-1 de oito toneladas foi substituído pelo Tiangong-2. Desde setembro de 2016, o primeiro módulo se encontra fora de controle e em queda livre sobre a Terra.
Antecessores em queda
Esta não é a primeira vez eu uma estação espacial entra em queda livre contra a Terra. Equipamentos pesando muitas toneladas já se precipitaram em outros tempos, deixando em polvorosa várias populações do planeta, além dos técnicos em monitoramento.
Em janeiro de 1979, o Cosmos 954, um satélite militar soviético portando um pequeno reator nuclear se desgovernou, vindo a cair em área desabitada do Canadá. Na ocasião, o serviço de inteligência norte americano chegou a lançar um alarme atômico para os países ocidentais.
Porém, o lixo espacial que mais deixou os cientistas apreensivos foi, sem dúvida alguma, a estação espacial norte-americana Skylab, de 69 toneladas, que se precipitou em julho de 1979, de modo descontrolado. Partes da estação atingiram o oeste da Austrália e o Oceano Índico. Cerca de quatro anos antes, um estágio de 38 toneladas do foguete Saturno II (Nasa), que lançou a Skylab, já havia causado apreensão ao cair, também descontroladamente, no Oceano Atlântico, ao sul dos Açores.
Já a estação espacial russa Mir, pesando 120 toneladas, teve uma queda controlada, em março de 2001. Algumas de suas partes pesavam várias toneladas e caíram no Oceano Pacífico Sul, a leste da Nova Zelândia. Esta área foi designada por tratados internacionais
Segundo os especialistas, naves que reentram na atmosfera, normalmente se rompem entre 72 e 84 quilômetros de altitude, devido à temperatura e forças aerodinâmicas que agem sobre a estrutura.
Onde cairá e como se agirá?
Enquanto não há uma política global para a reentrada de materiais orbitais, ninguém sabe o que poderá ocorrer, caso este equipamento de oito toneladas atinja, por exemplo, um grande centro urbano. A ausência de leis internacionais e tratados espaciais expõe o perigo a todo o planeta.
Wu Ping, vice-presidente do escritório de engenharia espacial chinês, declarou que não há motivo para alertas, pois o módulo espacial irá queimar completamente na atmosfera durante sua queda. No entanto, engenheiros especialistas da organização sem fins lucrativos Aerospace determinam que sua trajetória de impacto abrange os graus 43º norte e 43º latitudes do sul.
De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), a reentrada ocorrerá em qualquer lugar entre 43ºN e 43ºS. Isso inclui, por exemplo, países da Europa como, Espanha, França, Portugal, Grécia, e outros. Também estão inclusas muitas outras regiões e continentes, como parte da América do Norte, América Central e do Sul, áfrica, Oceania e parte da Ásia. perfazendo uma grande faixa, provável para receber o equipamento em queda (veja imagem acima).
Áreas acima ou abaixo dessas latitudes podem ser excluídas. Em nenhum momento será possível uma previsão precisa de tempo / localização da ESA. Esta previsão está sendo atualizada aproximadamente semanalmente.
* Pepe Chaves é editor do diário digital Via Fanzine e da ZINESFERA.
- Foto: ESA.
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