Minas Gerais:
MOTOVIA ADVENTURE, o documentário
Documentário “MOTOVIA ADVENTURE – Diamantina 2015” apresenta um pouco
das belezas do
interior mineiro na região da Estrada Real, no Alto Jequitinhonha em uma
viagem sobre duas rodas.
Por Pepe Chaves*
De Belo Horizonte-MG
Para
Via
Fanzine
04/03/2016
Ao longo de muitos quilômetros, a sensação
de liberdade ao conhecer novas culturas, pessoas,
lugares e
paladares vividos por Al Cruz e Pepe Chaves no interior de Minas Gerais.
Assista ao documentário na íntegra
Leia também:
Alguns detalhes dos caminhos da Estrada Real - artigo de Al Cruz
MOTOVIA ADVENTURE -
Diamantina 2015
Últimos destaques de Via Fanzine
A viagem
Passar por lugares que não conhecia pessoalmente, mas que ouvi falar
pela vida toda... Foi um grande prazer. Conhecer pessoas, experimentar
novos ares, paladares, paisagens e águas. Foi uma feliz viagem pela
região da Estrada Real, no Alto Jequinhonha, no estado de Minas Gerais,
Brasil. Para chegar lá, Al Cruz saiu de Vitória da Conquista-BA às 6h do
dia 26/12/2015 e eu saí de Belo Horizonte-MG, às 11h do mesmo dia.
Apesar do atraso aproximado de três horas (ocasionado pela chuva e pelos
trechos de estrada de terra que não contávamos), tudo ocorreu como
planejamos: encontramo-nos em um posto de gasolina (pré-visualizado por
nós pelo Google Earth) à beira da MG-10, na localidade de Couto de
Magalhães de Minas. Passamos a noite em um hotel daquela pequena cidade
e pela manhã seguimos para Diamantina, e em seguida, Parque Estadual
Biribiri, Datas, Serro, Três Barras e Milho Verde, ao longo de uma
semana na estrada.
A viagem ao lado de Al Cruz teve partes marcantes e algumas bem
humoradas, destacando o nosso encontro e sintonia com determinadas
pessoas que tiveram passagem pelo nosso caminho. Al Cruz desceu de
Vitória da Conquista em uma Suzuki Intruder 125cc e eu subi de Belo
Horizonte em uma Honda CG Titan 150cc.
Assim, partimos para uma viagem traçada por centenas de quilômetros em
motocicletas de baixa cilindrada, buscando sempre dosar os limites e
colocar olhos atentos sobre as máquinas que nos carregam. Felizmente,
não tivemos nenhum contratempo grave ou chegamos a viver qualquer
situação crítica nesta viagem. As naturais demandas surgidas foram
facilmente digeridas e contornadas nas várias situações que vivenciamos
juntos.
A região
visitada, do Alto Jequitinhonha reúne pequenas localidades, compostas,
sobretudo, por pessoas bastante humildes e solícitas. Onde pudemos parar
e conversar com as pessoas,
ou colher informações que seriam de grande importância para a viagem,
pudemos sentir um pouco do sangue quente do mineiro do interior.
Atenciosas e hospitaleiras, fomos muito bem tratados pelas pessoas
daquela região, especialmente, ao pedirmos e recebermos informações
"fatais", além recomendações e instruções recebidas, que facilitaram
alguns aspectos da viagem.
Eu somente resolvi visitar a
região do
Pico do Itambé, após ouvir de um turista de Belo Horizonte que conhecemos
na Cachoeira da Sentinela, falar do lugar. E realmente, ele tinha razão,
pois se trata de um lugar maravilhoso e bem diferenciado, aos pés da
imensa serra que abriga o pico. Infelizmente o Al Cruz não tinha tempo
disponível para visitar o lugar comigo, e depois segui do Serro até lá.
Lamentável
foi ver tão boa gente esquecida pela maioria das autoridades dos
governos estadual e federal. O Alto e o Baixo Jequitinhonha são regiões
mineiras de vasta beleza natural, com suas paragens, clima e vegetação
típicos, mas de modo geral, aquelas localidades são muito mal assistidas
pelos gestores públicos. Esperemos que isso mude, até porque, sentimos
que as pessoas estão cobrando mais pelos seus direitos de cidadãos.
Igualmente lamentável foi saber
de um guarda parque do IEF/Governo de Minas que um terço (cerca de dois
mil hectares) do Parque Estadual Pico do Itambé foi consumido por um
incêndio, sem que o governo estadual enviasse qualquer apoio, muito
menos o Corpo de Bombeiros e os devidos equipamentos. O combate ao
incêndio que destruiu diversas plantas e animais endêmicos, incluindo
uma espécie rara de sapo recentemente descoberta (Sapinho da Bromelia)
reuniu somente agentes do IEF, voluntários locais e brigadistas, cerca
de 100 pessoas para apagar um incêndio em quase dois mil hectares (dos
5,5 mil hectares do parque).
Marco da Estrada Real em Três Barras,
distrito do Serro-MG.
Assista ao documentário na íntegra
Em uma viagem sobre duas rodas por estradas de terra e asfalto, a
sensação de liberdade é indescritível, sobretudo, ao se integrar às
paisagens, sentir o vento na cara, tragar o cheiro de cada lugar e
adentrar estradas que jamais passei e, talvez, jamais passarei
novamente. Distante de casa, vislumbrando tão únicas e longínquas
paragens mineiras e respirando novos ares, é possível refletir sobre
diversos aspectos humanos, dos quais, a nossa mente cotidiana procura
sempre nos afastar.
Destaco a presença sempre solícita do meu dileto amigo Al Cruz, quem eu
conhecia desde 2004 através da internet e somente agora, 12 anos depois
pudemos nos encontrar pessoalmente. Al Cruz se trata de um ser humano de
denodado caráter, humanismo, lealdade e senso de companheirismo. Ele foi
uma excelente companhia durante esta pequena jornada no Norte mineiro.
Após nos separarmos no Serro, na manhã de 01/01/2016, Al Cruz seguiria
para Diamantina (cerca de 90 quilômetros do Serro), onde visitaria ainda
a Gruta do Salitre, tomando registros em vídeo e fotos para este
documentário. Por minha vez, também faria outros registros para essa
nossa viagem e segui 22 quilômetros dali, até a pequena cidade de Santo
Antônio do Itambé, onde fui conhecer o Parque Estadual Pico do Itambé,
uma região de intensa beleza natural, com vastas serras e exuberantes
cachoeiras. Dali, segui de volta no sentido BH, até o Serro novamente,
depois segui para Conceição do Mato Dentro, onde me encontrei com amigos
e familiares e permaneci acampado por dois dias em um local próximo ao
Parque Estadual Serra do Intendente. Retornei para Belo Horizonte
somente no dia 03/01/2016.
Entrada de Milho Verde, distrito do
Serro-MG.
Assista ao documentário na íntegra
O documentário
E o primeiro grande desafio depois de uma viagem em que tudo correu
muito bem seria organizar um documentário registrando os locais por onde
passamos e determinados trechos da jornada de aproximadamente uma
semana. O documentário que teria a princípio, 30 minutos acabou tendo 40
minutos que resume todo o giro que chamamos de MOTOVIA ADVENTURE 2015,
perfazendo uma média de quase mil quilômetros rodados em sete dias na
região de Diamantina.
O desafio aumenta, considerando que os registros em vídeo e fotografias
foram tomados por equipamentos simples e até por celulares, sendo que as
imagens receberam somente um tratamento básico para equalização de cores
e contrastes. Tudo foi feito “no braço”, com um único intuito: registrar
aquela parte dos caminhos da Estrada Real, ao Norte de Minas Gerais em
tempos atuais. E acredito que conseguimos, à nossa maneira e ainda que
privados de vários recursos cinematográficos de última geração. Onde
faltou recurso, usamos criatividade. E acredito que o conteúdo deste
documentário ficou bem espontâneo, natural e em algumas partes,
apresentamos verdadeiros flagrantes da viagem em locais e situações que
passamos juntos.
Mostramos então, um pouco de pessoas, lugares, costumes e a grande
influência religiosa, que é uma das tradições do interior mineiro. Em
cada pequena localidade, uma capela católica, demonstrando a fé do
mineiro interiorano na religião.
O
documentário mostra uma região marcada por um tempo em que os escravos negros
eram partes integrais da vida social de vários senhores de terras. Um
tempo de séculos atrás, que remonta a cobiça da coroa portuguesa pelos
nossos diamantes subtraídos daquela região, além de outras preciosidades
minerais. Toda esta busca frenética pela riqueza material de locais
ainda virgens perante o homem, fazia florescer então lugarejos que mais tarde
se transformariam em vilas e cidades.
A parte final da viagem, onde Al Cruz seguiu para Diamantina e eu para
Santo Antônio do Itambé e Conceição do Mato Dentro, também continua
mostrando outros detalhes intrínsecos daquela bela região mineira pelas
lentes dos
viajantes, então, isoladamente.
Fachada do casarão que abriga o Banco do
Brasil em Diamantina-MG.
Assista ao documentário na íntegra
Trilha sonora original
Cada música que compõe a trilha sonora original e instrumental deste
documentário foi escolhida a dedo. E todas as nove composições que
integram este trabalho [veja baixo] foram gentilmente cedidas à produção
por seus respectivos compositores/produtores/intérpretes, todos já
parceiros de outras nossas modestas produções. Vencido mais este
desafio, caberia outro maior: encaixar cada música às imagens
registradas, por vezes, de maneira sincronizada. E saber qual música
entraria em cada passagem seria a grande cartada para que, assim, o bom
acompanhamento de uma trilha sonora de qualidade – como é o caso – venha
suprir uma gama recursos de que não detínhamos em mãos.
Assim, o compositor e violinista/guitarrista mineiro Noca Tourino nos
cedeu quatro de suas canções, incluindo o tema do documentário “Deixando
tudo para trás”, “Samba Caipira”, “Ventos” e “Brincando no Éden”. O
compositor paulista F.C. Perini cedeu três canções de sua autoria e
execução, “Daydreaming”, “Nostalgia” e “Sky Lights”. E os também a dupla
paulista Dery Nascimento & Edson Frank nos cederam duas canções,
“Walking” e “Ruínas”.
Como determinadas canções eram demasiadamente longas, estas foram
reproduzidas em partes. Cabendo à produção fazer os cortes e mixagens de
áudio nas partes que julgamos apropriadas. Por fim, ficou incrível,
porque, em alguns momentos, as próprias canções regem as imagens,
criando uma perfeita sincronia, não somente das imagens com o lado
rítmico musical mas, sobretudo, pelo o espírito destas tão belas canções
que ilustra as imagens que ilustra as canções... Além disso, em certas
passagens, o som das cachoeiras locais (cada qual com sua “afinação”
própria) acaba por se integrar à massa sonora de algumas das canções
instrumentais, como se o som natural da água fosse também uma música
dentro da música.
Creio que, dessa forma produzida, procuramos apresentar uma natural
simbiose entre as imagens e as canções ou mais que isso, entre as
emoções vividas em cada segundo mostrado neste documentário e às
respectivas canções colocadas como pano de fundo que assim,
manifestam-se como a alma de cada momento ali vivenciado.
Gostaria de agradecer imensamente a todos que nos ajudaram a compor este
modesto, mas sincero trabalho, primeiramente ao companheiro Al Cruz,
pela confiança e lealdade demonstradas; e especialmente, aos músicos que
compuseram e executaram a nossa trilha sonora, Noca, Perini, Werneck, Dery &
Frank, além dos amigos que fizemos para sempre durante esta viagem;
também aos amigos de Itaúna em Conceição do Mato Dentro e todos que
colaboraram de alguma maneira. Muito obrigado. Espero que todos façam
uma boa viagem através do nosso documentário.
E que venham outras paisagens...
* Pepe Chaves é jornalista, editor de
Via
Fanzine e diretor/produtor do documentário “MOTOVIA
ADVENTURE 2015”, para a
TV
FANZINE.
- Fotos: Al Cruz
e Pepe Chaves/Motovia
Adventure 2015.
Assista ao documentário na íntegra
MOTOVIA ADVENTURE, o documentário
Com Pepe Chaves & Al Cruz
Pelos caminhos da Estrada Real
Minas Gerais – Brasil
Reportagem e narração:
Pepe Chaves e Al Cruz
Produção audiovisual:
Pepe Chaves
Direção e edição de vídeo,
áudio e trilha sonora:
Pepe Chaves
Todas as imagens em vídeo & foto:
Pepe Chaves e Al Cruz
Imagens adicionais:
Google Earth/Google Maps ©
Trilha sonora original:
“Deixando tudo para trás” - Partes 1 e 2
(Noca Tourino)
“Brincando no Éden” - Partes 1 e 2
(Noca Tourino)
“Ventos”
(Noca Tourino)
“Samba Caipira”
(Noca Tourino)
“Sky Lights”
(F.C. Perini)
“Daydreaming” – Partes 1 e 2
(F.C. Perini)
Com Célio Werneck
“Nostalgia”
(F.C. Perini)
Com Célio Werneck
“Ruínas” – Partes 1 e 2
(Dery Nascimento/Edson Frank)
“Walking” – Partes 1, 2 e 3
(Dery Nascimento/Edson Frank)
Agradecimentos especiais:
Dona Neiva e Paulo (Serro-MG)
Pensão Senhora Aparecida (Serro-MG)
Vandir (Diamantina-MG)
Ademar, Ângela e Nelcir (Milho Verde)
Moto Oficina Toinzinho (Milho Verde)
Bar e Camping do Ademar (Milho Verde)
Guarda Parque Geraldo (Conceição do Mato Dentro)
Guarda Parque Ronaldo C. Ferreira (S. Antônio do Itambé)
Direção da Vila Biribiri
IEF/Governo de Minas Gerais
Parque Estadual do Biribiri – Diamantina-MG
Parque E. Pico do Itambé – S.A. Itambé-MG
Parque E. Serra do Intendente – C. Mato Dentro-MG
Dery
Nascimento
Edson Frank
F.C. Perini
Noca
Tourino
Amigos de Itaúna em Conceição do Mato Dentro: Fábio Lúcio, Raquel,
Heitor, Mauro, Diogo, Lorena, Débora, César, Benedita, Raíssa,
Guilherme, Júlia, Paulo Vítor, Fabíola, Fabrício, Ana e Maria. E a todos
que nos apoiaram de alguma maneira.
Apoio Cultural dos portais
Via Fanzine
TV Fanzine
Itaúna Fanzine
UFOVIA
O despertar da Criação
A “MOTOVIA ADVENTURE - Diamantina 2015” tem o apoio do diário digital
Via
Fanzine,
TV
FANZINE,
UFOVIA
e da ZINESFERA.
Curta
Via
Fanzine
no Face
e acompanhe mais sobre a nossa expedição.
- Para 2016: II Motovia
Adventure, Chapada Diamantina, Bahia, dezembro/2016. Aguarde mais
informações.
- Al Cruz é
articulista e colaborador dos portais
UFOVIA
e
Via Fanzine.
- Pepe Chaves é jornalista, editor de
Via
Fanzine e diretor/produtor do documentário “MOTOVIA
ADVENTURE 2015”, para a
TV
FANZINE.
Assista ao documentário na íntegra
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Alguns detalhes dos caminhos da Estrada Real - artigo de Al Cruz
MOTOVIA ADVENTURE -
Diamantina 2015
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-
Produção: Pepe Chaves.
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