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 artigos

 

 

Urnas Eletrônicas:

O voto de cabresto digital

‘Automatizar eleições, retira a virtude democrática e privativa do processo, pois converte o ser humano em uma máquina

coletiva de votar, permitindo que poucos homens se tornem onipresentes e enxerguem o pensamento de cada um’.

Seymor Cray

 

Por Fábio Bettinassi*

de Araxá-MG

Para Via Fanzine

 

 

Eu duvido muito que as urnas não passem por algum tipo de fraude ou manipulação, afinal tudo (eu digo TUDO) no Brasil possuí cambalacho, e pela lógica dedutiva, por que não, também as urnas? Afinal o meio político brasileiro é sem dúvida alguma a facção mais putrefata e fedorenta da sociedade brasileira e nele vale tudo.

 

O pior da situação é que os votos na urna eletrônica são inauditáveis, pois não existe um meio físico entre o eleitor e a apuração, não existe uma cédula de papel que possa ser recontada quantas vezes forem necessárias, pois uma vez digitado o voto, ele se dilui entre um emaranhado de bancos de dados e indexadores, tornando a contagem física impossível.

 

O mecanismo da urna eletrônica é muito fácil de ser manipulado, entre tantas maneiras possíveis. A forma mais eficiente seria embutir dentro do extenso código fonte, tanto do sistema operacional da urna quanto no software de votação, um pequeno módulo denominado "autômato de execução randômica" cuja função é a cada X minutos ou a cada X votos, fazer uma leitura de alguns votos já computados e trocá-los de posição, atribuindo um novo candidato para tais votos, o que, na realidade, não iria gerar uma inconsistência no total de eleitores de cada sessão, ficando o número de votos válidos + brancos + nulos = total de eleitores que compareceram para votar.

 

Esse código autômato além de ser extremamente fácil de ser programado, pode ser implantado a nível de hardware (dentro de Eproms, Proms ou memória flash)  da urna, ou pode ser também inserido a nível de software (sistema operacional, device drivers, DLL, sofware de votação). E para que seja produzida uma grande fraude eleitoral, não é preciso que todas as urnas carreguem este "dispositivo", basta que uma pequena porcentagem delas a nível nacional, seja "batizada", principalmente naquelas que são instaladas em locais estratégicos cujos eleitores apoiem o partido oposicionista àquele o qual detém o poder governista e, por isso, o poder da fraude.

 

Outro aspecto perigoso da urna eletrônica é a possibilidade de associar o eleitor ao voto. Diversas ditaduras mundiais utilizaram e utilizam esse recurso para cercear os direitos de determinados grupos e pessoas, cujos votos não são dirigidos a determinados candidatos. Quem pode garantir que a urna não está gravando na base de dados o voto junto com o número do título e o nome do eleitor? Pois, como podemos ver, a urna brasileira possui um terminal de liberação e monitoramento funcionando em tempo real junto aos mesários que capta os dados do eleitor e os armazenam em um arquivo interno da urna. Isso, na realidade, é o voto de cabresto digital.

 

O método de contagem de votos das urnas também dá margem a outro tipo de fraude: a totalização eletrônica, pois, para se apurar os votos de uma urna, basta conectá-la à um servidor externo por cabo. A urna irá ler a base de dados, totalizá-la por candidato e enviar os totais para o servidor central que vai juntar esse total com o total das outras urnas e assim fornecer uma única listagem. O relatório individual de votos de cada urna serve apenas para ser usado para fins de checagem ou para locais onde não exista disponibilidade em termos de topologia de rede para o uso de um servidor central. Isso que dizer que os votos que trafegam através deste cabo, pode sofrer distorções propositalmente planejadas por terceiros, que estejam fisicamente localizados à distância e não necessariamente instalados no servidor em si, o que em caso de uma auditoria técnica não iria produzir nenhuma irregularidade ou suspeita.

 

Vocês notaram uma coisa: que para se conseguir as coisas no Brasil em termos de documentos, aberturas de contas, financiamentos de bancos estatais, abertura de empresas, emissões de vistos e passaportes, é preciso a apresentação do título de eleitor?  Alguém já se perguntou o por que de tal atitude, visto que o CPF e o RG são capazes de exibir o perfil e a ficha completa do cidadão? Isso explica porque diversos empresários que possuem ficha limpíssima, empresa lucrativa e bem documentada recebem resposta negativa ao solicitar um pequeno financiamento para compra de uma máquina ou qualquer outro bem adquirido por financiamento governamental do tipo BNDES, Finame etc. Muitas vezes, esta reposta negativa é lacônica e o motivo é obscuro tanto para o solicitante quanto para o gerente do banco que é treinado para responder "seu crédito não foi pela mesa de análise de risco" e acaba por aí. A realidade é que nós brasileiros estamos sendo observados em termos eleitorais e essa vigilância política tende a crescer, principalmente agora que o governo estuda converter o título de eleitor em cartão magnético, o que permitirá um controle muito mais amplo, imediato e remoto sobre nós, eleitores.

 

Diversos países já tentaram desenvolver esta tecnologia, porém nenhum deles a adotou, pois a própria população, juntamente com técnicos e especialistas no assunto, acredita que a votação eletrônica permite mais fraudes do que no processo tradicional, o que sem dúvida gera mais incertezas do que seguranças. E como o brasileiro, cujo discernimento é tão firme quanto um prego espetado na paçoca de amendoim, acatou a idéia e ainda bravateou aos quatro ventos "que a eleição eletrônica mostra o quanto somos evoluídos na democracia!".

 

Para finalizar, cito um comentário do genial professor Seymor Cray, o pai da supercomputação que, antes de morrer disse: "Automatizar eleições, retira a virtude democrática e privativa do processo, pois converte o ser humano em uma máquina coletiva de votar, permitindo que poucos homens se tornem onipresentes e enxerguem o pensamento de cada um".

 

Fica assim mais um momento de reflexão.

 

 * Fábio Bettinassi é publicitário formado em Ciências da Computação.

 

- Clique aqui para ler mais sobre Urnas Eletrônicas.

 

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América Latina:

O rugido da quarta frota

A Pangérica, sedenta desde Washington e com sede mundial,

divide o mundo em grandes regiões a fim de controlá-lo e vigiá-lo.

Por Bruno Peron*

para Via Fanzine

 

Nenhum país, por mais fechado que seja, é capaz dentro da sensatez de ignorar a inserção internacional e os processos globais de articulação dos povos e das economias. A China e o Japão, respeitando os matizes, exemplificam sistemas que se abriram ao mundo e tornaram-se países poderosos. Os excessos de inspiração telúrica, porém, induzem à deformação da harmonia internacional em proveito de poucos países, que não escondem a ganância e a volúpia de tomar para si.

 

A Pangérica dispõe de mais de oitocentas bases militares em todo o mundo e demonstra que é capaz de mentir e invadir para estender seu domínio. O caso mais recente é a incriminação do Irã pela mera intenção de se defender. Pangérica, França e Israel, todos portadores de armas nucleares, têm criado a imagem de que o Irã vai enriquecer urânio a tantos por cento e seguir objetivos bélicos.

 

A manipulação toma tais proporções que, em parceria com a ignorância, passou-se a medir o nível de ameaça do Irã em função da percentagem de enriquecimento de urânio. Vi numa reportagem que o alerta aumentou porque o Irã decidiu enriquecer urânio a 80% em vez de 20%.

 

Deixando a questão iraniana para outra ocasião, uma das polêmicas mais recentes parte da reativação da Quarta Frota da Marinha de Guerra da Pangérica em julho de 2008. É um complexo de armamentos avançados e navios capazes de servir de base para o lançamento de armas nucleares que foi criado em 1943 no auge da Segunda Guerra e operou nas águas do Atlântico ao longo de América Latina e Caribe até 1950. A Pangérica come do fruto proibido, mas continua no paraíso.

 

Enquanto o militarismo é o recurso da Pangérica para exercer domínio mundial, os cafetões das grandes agências de notícias condenam a tentativa de o Irã se defender na mesma medida em que prepararam o terreno de enforcamento de Saddam Hussein, ex-presidente iraquiano. O exercício de reconhecer que não existe objetividade na imprensa é singelo.

 

A Pangérica, sedenta desde Washington e com sede mundial, divide o mundo em grandes regiões a fim de controlá-lo e vigiá-lo.

 

Para quem duvidava da existência de um governo global, até polícia telúrica já se criou nas fiscalizações de armas de destruição em massa no Iraque e Irã, invasão do Afeganistão com o pretexto de combate ao terrorismo, apoio à deposição do governo legítimo de Manuel Zelaya em Honduras, e envio de tropas ao Haiti, que precisa de auxílio médico. Os métodos de abordagem são variados: ajuda humanitária, treinamento de oficiais nativos e sustentação a operações de contra-insurgência.

 

O governo colombiano recebe apoio do estadunidense no combate ao narcotráfico.

 

A Quarta Frota reivindica que saia urgentemente um vencedor do embate entre o “bolivarianismo” e o “panamericanismo”. Ideais voltados à nossa natureza se chocam com a labareda do vizinho que trocou o porrete pelo poder da palavra e, quando necessário, das armas.

 

Governos progressistas e de orientação mais autônoma na América Latina resistem à Pangérica. A região abaixo do rio Grande volta a compor a mesa de debates da política externa do Norte devido à ascensão mais independente.

 

A reativação da Quarta Frota, que já esteve em exercício num momento de tensão mundial e resistência ao comunismo, comprova que a Pangérica está disposta a sustentar outra briga e movimentar a sua indústria bélica. O preço das armas é maior que o de vidas para as sentinelas da guerra. Vozes afirmam que a descoberta de petróleo na camada pré-sal do Brasil estimulam o apetite da Quarta Frota.

 

Ainda que se concentre em Brasil, Cuba, Venezuela, Equador e Bolívia, o rechaço aos ditames de Washington é cada vez maior. Projetos alternativos de desenvolvimento desde foros da Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA), Unição das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e  Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) desviam a América Latina do campo de influência de potências mundiais a ponto de que a estratégia tem que ser relançada ou repensada pelos “exterminadores do futuro”.

 

A criação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos é mais um passo.

 

É lamentável que a reativação da Quarta Frota não tenha provocado qualquer reação fora da academia e alguns grupos institucionais e de opinião no Brasil. O avanço da democracia venezuelana e a estratégia de dissuasão do governo iraniano, em contrapartida, são temas covardemente tergiversados pelas agências gigolôs de notícias a serviço do mal maior.

 

Já se ouve o rugido da Quarta Frota.

 

* Bruno Peron Loureiro é analista de América Latina e Relações Internacionais.

 

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Minas:

O Carnaval e a  Língua Portuguesa em Bom Despacho

O português é uma das línguas mais faladas do mundo ocidental,

tendo em sua frente apenas o inglês e o espanhol.

 

Por Jacinto Guerra*

De Brasília

Para Via Fanzine

 

É, de fato, um idioma importante no plano internacional. No entanto, nossa língua não tem sido devidamente estudada e conhecida Brasil afora, para não dizer que, muitas vezes, é tratada com descuido, até mesmo por cidadãos que tem a palavra como principal ferramenta de trabalho.

 

Infelizmente, isto acontece inclusive no belo arraial da Senhora do Sol, hoje cidade de Bom Despacho, Minas Gerais. A verdade é que precisamos de um cuidado maior com o idioma que falamos, principal instrumento de cultura de qualquer povo.

 

Com a pressa exigida pelos jornais, alguns redatores costumam enviar seus trabalhos para publicação, sem uma cuidadosa revisão, o que muitas vezes exige consultas ao dicionário e à gramática. Com isto, chegam a cometer erros que não se justificam. Para resolver o problema, os jornais possuem – ou devem possuir – entre seus profissionais ou colaboradores, um professor de Português, para a função de revisor ou consultor. Hoje, a internet com seus dicionários eletrônicos e sites especializados em língua e literatura, muito ajudam nesta área do conhecimento.

 

Mesmo não tendo alcançado níveis alarmantes, o problema do uso inadequado da linguagem ocorre, também, no rádio, na televisão, nas escolas, nas empresas e nas instituições públicas. 

 

Felizmente, ficamos sabemos que, em Bom Despacho, o professor e jornalista Tadeu de Araújo Teixeira, do Jornal de Negócios, dirige um programa de rádio orientando os ouvintes sobre os estudos do idioma de Drummond e Fernando Pessoa.

 

Pelo Correio, acabo de receber, graças à gentileza do meu amigo Julio Benigno Fernández, o jornal Fique Sabendo, com outra novidade: o professor Lúcio do Espírito Santo Júnior, mestre em Estudos Literários pela UFMG, inaugurou uma coluna especializada nas questões da Língua Portuguesa. É uma boa notícia, porque ajuda o leitor no esforço de conhecer e usar melhor a nossa língua. Parabéns ao jornal do Valmir Rogério e ao seu novo colunista.

 

Em minha pequena obra de ficção, um dos textos mais conhecidos é o conto-ensaio Um carnaval diferente, que tem Bom Despacho como cenário principal. É uma bem-humorada viagem pela história, o folclore e a cultura de nosso povo.

 

Neste conto, mais uma vez emprego o termo bondespachense, forma tradicional do adjetivo pátrio ou gentílico que existe para dar nome aos naturais ou moradores de Bom Despacho, embora os dicionários registrem apenas a forma bom-despachense, separada por hífen. A citação acontece quando, no sambódromo da Miguel Gontijo, “os imortais da Academia Bondespachense de Letras quase morreram de emoção e de alegria, quando viram tanta gente aplaudindo os escritores, a leitura e os livros.”

 

Considero corretas as duas formas. No entanto, prefiro o bondespachense – uma só palavra –, como defendi no texto de abertura do meu livro  Gente de Bom Despacho – histórias de quem bebe água da Biquinha e no artigo Uma questão ortográfica em Bom Despacho, publicado no Jornal de Negócios, no site www.viafanzine.com.br, de Itaúna, e no www.nosforadoseixos.com.br, uma revista de cultura editada em Brasília.

 

Fiquei muito satisfeito com a opinião favorável do cronista Renato Fragoso, que analisou a questão com propriedade, clareza e bom-humor. O mesmo posso dizer quanto à coluna do Lúcio do Espírito Santo, um colega e amigo muito lúcido  e espirituoso.

 

Devo lembrar ao Lúcio que, para a mídia brasileira, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é mesmo uma reforma ortográfica, pequena, mas reforma. Está na revista Época (05 de janeiro de 2009) e na coluna de Dad Squarisi, em várias edições do Correio Braziliense e do Estado de Minas –, além de publicações diversas em todo o Brasil.

 

A brincadeira do cronista a respeito da possível mudança do nome de Bom Despacho merece outras considerações importantes e curiosas. É assunto para a nossa Câmara Municipal e a Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deixando em paz os imortais da Academia Brasileira de Letras. É interessante lembrar, também, que já existe uma cidade com nome de Jacinto. Fica na Região Norte desta província das Minas Gerais.

 

Mas quem estiver longe destas paragens do Lambari e do São Francisco, não se esqueça de viajar para Minas, com destino a Bom Despacho, fazendo a leitura de “Um Carnaval diferente”, em que “o  sertanista Picão Camacho abre o desfile principal, com a barulhada alegre dos Zé Pereiras que vieram de Portugal, enquanto as mulheres mais bonitas jogam flores na multidão” –, além de outras inesquecíveis atrações nesta bela aldeia que portugueses do Minho ergueram no coração do Brasil.  

 

* Jacinto Guerra, mineiro de Bom Despacho e morador de Brasília, é professor e escritor. Seu conto-ensaio “Um Carnaval diferente" foi publicado no livro de crônicas O gato de Curitiba (Thesaurus, Brasília, 2004. 2ª edição), obra do mesmo autor, que poderá ser encontrada nas principais livrarias e bibliotecas.

 

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Petróleo:

Os paulistas querem os nossos royalties

Transferência de royalties é inconstitucional.

 

Por Melquisedec Nascimento*

De Duque de Caxias-RJ

Para Via Fanzine

 

 

Na constituição de 1988, a população fluminense assistiu bestializada à exclusão do petróleo da cobrança do ICMS na origem. O Estado do Rio de janeiro é produtor do ouro negro, portanto perdemos essa importante fonte de recursos devido à fraqueza de nossa representação política à época. Essa é uma das principais causas dos nossos problemas no Estado do Rio, entre eles a falta de recursos para investimentos em saúde, educação e segurança, bem como a péssima remuneração dos servidores estaduais.

 

Tramitam no Senado Federal duas propostas perturbadoras para os fluminenses que visam alterar a legislação sobre o petróleo. Uma da senadora Ideli Salvati (PT-SC) e a outra do Senador Aluísio Mercadante(PT-SP). A senadora quer retirar os royalties do RJ e dividi-los pelos 5565 municípios do Brasil e o Senador Mercadante quer, pasmem, retirar o mar territorial do Rio de janeiro, ao sul de Búzios e transferi-los a São Paulo.

 

A proposta de Mercadante pode dar azo à contestação da nossa legitimidade na posse no mar territorial brasileiro de 200 milhas em fóruns internacionais. É bom também não nos esquecermos da IV frota estadunidense que recentemente foi reativada, estando patrulhando próximo à nossa costa.

 

Essas propostas são totalmente absurdas, pois os Royalties não são impostos, mas uma compensação concedida ao local onde o petróleo é produzido, tendo em vista os impactos ambientais resultantes da exploração, logo os recursos têm que ficar no estado produtor e em seus municípios afetados.

 

Essa voracidade paulista contra o Estado do Rio se exarcebou depois da descoberta das vastíssimas reservas de petróleo da camada pré-sal, a qual se estende do Espírito Santo a Santa Catarina com cerca de 80 bilhões de barris do ouro negro. O Rio de janeiro sendo hoje o responsável por cerca de 80% da produção de petróleo no Brasil, apesar da não tributação do ICMS na origem e seus conseqüentes prejuízos para a população fluminense, somados aos futuros recebimentos dos royalties da exploração da camada pré-sal, virou alvo da cobiça paulista, os quais não satisfeitos por terem prejudicado o Estado do Rio em 1988, estão de olho nos vindouros royalties que por justiça serão pagos ao estado do Rio, quando entrarem em produção as referidas reservas da camada do pré-sal.

 

Ora, o Royalty existe no Brasil desde a década de 1940 e tem a finalidade, como já dissemos, de compensar os danos causados pela exploração. Os municípios que têm a ver com a exploração e com o transporte, por onde passam gasodutos, têm o direito de receber os royalties. Obviamente que os senadores supracitados têm conhecimento que a legislação já permite que mais de 50% dos royalties distribuídos vá para a União, a qual pode distribuí-los pelos municípios como melhor lhe convier, inclusive na Amazônia ou no pantanal para a defesa do meio ambiente, por exemplo. Para que o leitor tenha uma idéia, basta saber que em 2007 esses recursos chegaram a soma de R$ 7,5 bilhões,sendo esperados R$ 10 bilhões em 2008,portanto salta à vista que o estado do Rio de janeiro está sob ataque dos paulistas,sequiosos por colocar as mãos nos royalties que são por justiça e direito do povo fluminense.

 

Urge que políticos, empresários e organizações da sociedade civil fluminense se movam e defendam os interesses do estado do Rio de janeiro, principalmente os municípios que recebem os royalties, os quais devem mobilizar a população para essa luta hercúlea. Municípios como Duque de Caxias e Campos precisam agilizar campanhas em defesa da atual lei do petróleo, que é de 1997, portanto mal completou dez anos e os paulistas já querem alterá-la e, nesse interesse contrário ao estado do Rio de janeiro, assistiremos a inusitada situação de vermos PSDB e PT juntos na defesa pelos interesses de São Paulo e diante desse quadro, as autoridades e o povo fluminense têm que se unir também em defesa dos seus justos e legítimos interesses.

 

* Melquisedec Nascimento é Presidente da Associação dos Militares Auxiliares e Especialistas (AMAE) e editor do blog Militar Legal (http://www.militarlegal.blogspot.com).

- Contato: tenente.melquisedec@gmail.com.

 

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Potencial adormecido:

Brasil, o país do futuro

Muito já ouvimos falar que o Brasil é o país do futuro. Desde criança sempre ouvi esta frase.

Será mesmo verdade? Tudo indica que sim. Mas parece que esse futuro não pertence a nós, brasileiros.

 

Por Al Cruz*

De Vitória da Conquista-BA

Para Via Fanzine

 

Nossas riquezas sempre foram exploradas a partir do primeiro instante em que navegadores europeus colocaram seus pés nestas terras. Nosso ouro deve estar hoje guardado nos cofres dos herdeiros de muitos exploradores vindos da Europa.

 

Ainda continuamos sendo explorados. Enquanto boa parte de estrangeiros ganham fama e dinheiro explorando nossas riquezas e biodiversidade, cada vez mais, cidadãos brasileiros se amontoam embaixo dos viadutos nas grandes cidades.

 

E quanto ao nosso futuro? As recentes descobertas dos mega-campos de petróleo no litoral brasileiro garantiriam um bom futuro para todos nós. Sem contar o tesouro que possuímos sob o solo, principalmente, os localizados na Amazônia, no território de Roraima.

 

Notícias sobre a descoberta de riquezas e exploração de petróleo através de empresas estrangeiras, já não me causam mais surpresas. A última, de uma petroleira dos EUA, juntamente com a Coréia e Canadá, foi anunciar a descoberta de um reservatório que possui quatro bilhões de barris, na Bacia de Campos. Tem alemão descobrindo novas espécies de formigas na Amazônia, além de milhares de ONGs internacionais ditando as regras do Estado em pleno território brasileiro.

 

Enquanto isto, o nosso futuro vai ficando cada vez mais distante. Entramos em um novo século sem saber que futuro nos aguarda. Podemos estar vivendo aquele futuro que as pessoas diziam, de há muito tempo atrás. A diferença é que não é exatamente o futuro pelo qual esperávamos.

 

Aposentados morrendo nas filas dos postos de saúde; crianças sem acesso às escolas; o pai de família sem trabalho e milhões de pessoas sem trabalho.

 

A Mata Atlântica quase exterminada, a Amazônia caminhando para o mesmo destino. Antigamente, apenas os animais corriam os riscos de extinção, agora são ambos, o reino vegetal e o reino animal. No Nordeste a fome e a seca continuam castigando o pobre homem do campo. Para completar a desgraça, ainda somos explorados por ladrões disfarçados pelas bandeiras pacifistas humanitárias das ONGs.

 

Para finalizar, tomei ciência de que o Brasil é de fato o país do futuro, o futuro para as outras nações que nos exploram. O futuro dos sem: sem teto, sem saúde, sem trabalho... Sem esperança. Melhor que este futuro fique apenas no passado.

 

* Al Cruz é designer gráfico e colaborador de VVia Fanzine.

- Seus sites são:

http://albertoartes.googlepages.com/diversos.htm

http://aurhorha.googlepages.com/aurora.htm

 

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Pesquisas eleitorais:

O desespero dos números

“Acusações comprovadas, graves e relevantes, são armas destruidoras

de uma candidatura em qualquer fase da campanha”.

(Francisco Ferraz)

 

Por Manoel Amaral*

De Divinópolis-MG

Para Via Fanzine

 

Depois destas eleições as pesquisas eleitorais estão definitivamente enterradas. Digo as pesquisas fraudulentas, como as que ocorreram em Divinópolis, Itaúna e outras cidades de Minas.

 

Não vamos ficar aqui citando nomes de empresas que realizaram as pesquisas, o que importa é que não representavam a realidade nem aqui nem na China. Tudo trambique. Vejam só a de Divinópolis: No fim da corrida eleitoral, no sábado, foi distribuído nas ruas um boletim dando conta que o Candidato do PMDB estaria com 43,1% e o segundo candidato do PSDB com 16,2%. O resultado da eleição foi praticamente a inversão destes percentuais: PSDB com 41% e o PMDB na realidade com 28% dos votos.

 

Quando um candidato manipula pesquisa eleitoral, deveria ser severamente punido com a cassação pela justiça eleitoral. As empresas participantes destas fraudes também deveriam receber uma multa bem alta para não praticar mais este tipo de coisa. Sabemos que as pesquisas eleitorais não são infalíveis, representam apenas aquele momento. Tudo pode acontecer de acordo com o número de fichas preenchidas, região e ocasião. Um fato ocorrido pode favorecer um candidato “X” ou “Z” e jogar o concorrente num buraco sem fundo.

 

O desespero não pode fazer com que um candidato faça estas burradas, lançando mentiras para enganar a população de um bairro, região ou cidade inteira. Não é justo, em véspera de eleição o eleitor receber uma pesquisa enganosa tentando favorecer um determinado candidato.

 

* Manoel Amaral é autor e historiador.

Seus sites são:

http://osvandir.blogspot.com,

www.casadosmunicipios.com.br/blog,

www.guihost.com.br/mane.

 

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Filosofia:

Despertando pensadores na escola

O presidente Lula assinou projeto de ensino da Filosofia nas escolas brasileiras.

 

Por José João Bosco Pereira*

De Divinópolis-MG

Para Via Fanzine

 

Desde 1971, a Filosofia foi retirada do currículo escolar pela ditadura no Brasil. A ditadura, que vigorou de 1964-1985, impôs o OSPB – Organização Social e Política Brasileira e a Moral e Cívica como substitutos à reflexão filosófica e análise sociológica. Agora, o Presidente Inácio Lula da Silva sancionou a alteração na Lei de Diretrizes Básicas – LDB, introduzindo a Filosofia e a Sociologia na sala de aula.

 

É uma iniciativa louvável porque recupera o espaço da escola como um lugar de questionamento diverso sobre temáticas afins e um aprofundamento de valores contra preconceitos e o consumismo inveterado que corroem a ética. Cabe aos educadores, dosar os conteúdos. Se não pensamos, somos pensadores pelo sistema. Ou seja, o cidadão tem o direito universal, segundo Ortega Y Gasset de refletir o sentido e o rumo de sua vida. Filosofia e Sociologia não são restritas ao mundo acadêmico.

 

Nascemos com a faculdade de re-pensar a vida e as contradições sócio-culturais e político-econômicas. É bom perceber que os brasileiros têm agora o desafio de re-criar com critérios novos e re-elaborar questões contemporâneas da globalização, do neoliberalismo, das formas de opressão moderna, a permanência dos preconceitos sociais, os direitos das minorias, a conquista ou lixo espacial, a busca do equilíbrio entre poder e privacidade do cidadão, os desafios da participação da mulher no político e o espaço doméstico como instância invadida pela internet, a nova legislação sobre mídia, sexualidade e avanços genéticos como o projeto Genoma e a controvérsia das células-tronco, os bolsões da pobreza e a exclusão social, a crise do ensino brasileiro, o rumo da ecologia ou bioética ou biomassa ou as formas alternativas de energia não poluentes, são alguns dos possíveis temas que rondam e inquietam a cabeça de todos nós.

 

Ao filosofar, a serenidade e a inquietação, indignação e a busca de soluções teóricas ou práticas vêm à tona. Visitamos o berço da filosofia antiga na Grécia, Sócrates e a maiêutica surgem como mirantes a partir dos quais contemplamos os pré-socráticos e o despertar da lógica nos sofistas, em Platão e Aristóteles. Sentimos que não se pode excluir a metafísica da matemática, nem a ética da medicina, nem a critica à religiosidade com o senso-crítico da liberdade de ser, pensar, agir e viver de cada pessoa.

 

Nós somos nós e nossas circunstâncias! Somos co-responsáveis pelo mundo que construímos e o futuro da humanidade. O homem é melhor ou pior a partir de seus referenciais epistemológicos e de como consegue construir uma comunidade ética e uma economia cujo desafio é politicamente distribuir eqüitativamente os bens ou humanizar o acesso às condições de realização de vida, sem concentrar os bens nas mãos de alguns poucos, poderosamente ricos, enquanto uma grande maioria continua na miséria e fome, sem mínimas condições reais de vida e habitação, ensino e realização de suas vocações. 

Vamos ter o cuidado de não monopolizar e humanizar os nossos ambientes de trabalho pela ética e respeito a todos, indistintamente.         

* José João Bosco Pereira é professor de língua portuguesa e autor.           

 

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Combatendo o crime:

Não à pedofilia

Até quando ainda presenciaremos tanta maldade às crianças?

Que os pedófilos se tratem de se curarem!

 

Por José João Bosco Pereira*

De Divinópolis-MG

Para Via Fanzine

 

Digamos não à pedofilia por muitos motivos. É uma vergonha ao próprio pedófilo. Jesus foi rigoroso no Evangelho: “Aquele que escandalizar um destes pequeninos é melhor que não tivesse nascido. É melhor que lhe amarrasse uma corda à mó e se jogasse ao mar”.

 

Não se trata de uma vingança divina que se pesa aos que se deleitam em sorver prazer de gente inocente, mas de uma negação ao mal e à sua perversidade à dignidade humana. Deus quer que o homem viva e seja realizado. Mas o mesmo Deus não se compraz ao mal que se pratica aos seus pequenos. O inferno foi instaurado por todos os que se afastaram do bem. Cada vez mais a justiça humana tem procurado agir com rigor contra aqueles que abusam sexualmente das crianças e adolescentes. Deveria ser incluído aos crimes hediondos o crime de pedofilia. É inadmissível essa prática perversa. Fere os Céus e a Terra. É uma mácula que mancha as comunidades, igrejas e famílias, empresas e nações. Sempre existiu, contudo a ferida está visível devido à difusão de imagens de espertinhos e cretinos na internet.

 

É fundamental todo cuidado de pais e educadores não deixarem seus filhos e filhas a sós! Segundo o ECA – Estatuto das Crianças e Adolescentes – cabem aos pais o dever de acompanhar a vida integral de seus filhos, onde quer que estejam e com quem estejam. Cabe-lhes investigar a vida, amizade, conteúdos de programas, acessar e-mail, rastrear site e quem está molestando seus filhos, impondo-lhes práticas sexuais perversas, dando-lhes créditos para ficar nu ou expor imagens de crianças na internet, com ou sem consentimento de seus progenitores.

 

Um dos senadores está trabalhando para a moralização da internet e cobrando do nosso país o respeito às nossas crianças. É Magno Malta. Ele não está só porque há muita gente que se une à boa causa. Não podemos tolerar desrespeito às crianças em hipótese nenhuma. E a pedofilia é uma rede de maldades que se associa às drogas e tem se constituído em uma indústria nefasta, lucrativa de desmanchar sonhos, forjar crimes, vender crianças, reduzindo-as a objeto de prazer sexual de doentes e inescrupulosos.

 

Não deixemos nossos filhos e bebês em mãos erradas, pode-nos custar muita dor e morte. A criança pode ser molestada por parente ou estranho. Profissionais aparentemente inofensivos e charlatões, disfarces e máscaras “de lobo em ovelha”. Infelizmente, até as igrejas vêm passando por essa crise. Há alguns pastores e sacerdotes, ainda condenados pela justiça e suas igrejas, que humilham crianças e adolescentes.

 

Há alguns políticos e gente que acha que pode continuar a enganar pais e educadores. É uma hora terrível que estamos passando: não podemos ser cúmplices, precisamos denunciar tais crimes sem medo e unidos! Adote seu filho, antes que um pedófilo o tenha sob sua mira.

 

Há projeto tramitando no Congresso para punir tais crimes, com condenação à prisão por 30 anos. Veja que tipo de mensagem seu filho e/ou filha vem recebendo em celular e na internet. Com quem e onde ele/ela agora está? Nossas atitudes precisam ser de não à pedofilia! 

 

* José João Bosco Pereira é professor de língua portuguesa e autor.           

 

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Desintrusão apátrida e a heróica resistência

'O Estado Nacional deve fenecer e suas funções serão assumidas por instituições de governança local e global'.

(Jason Clay - ONG Cultural Survival Inc.)

 

 * Hiram Reis e Silva*

De Porto Alegre-RS

Para Via Fanzine

Comissões Parlamentares

 

- FUNAI - A CPI destinada a investigar a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 1999, concluiu que o artigo 231, da Constituição Federal, precisava ser melhor regulamentado definindo com clareza e transparência os critérios para a identificação das terras indígenas. Não deve ser excluída, desse processo, a representação dos não-índios que estejam diretamente envolvidos e dos governos locais. Não se pode admitir interferências diretas de organizações não governamentais (ONG’s) na FUNAI, nem a exclusão da sociedade brasileira no processo de demarcação, uma vez que a questão diz respeito a todos.

 

É necessário que a lei brasileira estabeleça condições seguras para que a participação dessas ONG’s não se transforme em ingerência ou em exclusão de outras entidades e de outros órgãos do Governo.

 

ONG’s - A CPI destinada a apurar a atuação irregular de ONG’s, em 2002, sugeriu procedimentos a serem adotados para evitar a atuação de pessoas jurídicas brasileiras controladas por estrangeiros que utilizam de forma abusiva o poder econômico para lograr proveito ilícito ou contrário ao interesse nacional. A comissão apurou não existir qualquer controle sobre os capitais estrangeiros ou nacionais destinados a essas entidades, sendo necessário ampliar urgentemente o debate sobre o grau de intromissão dessas nas questões políticas nacionais.

 

O Poder Público não pode se omitir de sua responsabilidade e precisa monitorar, permanentemente, as ações que são desenvolvidas por convênios. Daí a importância de se fortalecerem as instituições públicas para que estas não se transformem em meras espectadoras do nosso desenvolvimento.

 

RAPOSA SERRA DO SOL - A Comissão Externa destinada a avaliar, in loco, a situação da demarcação em área contínua da “Reserva Indígena Raposa Serra do Sol”, no Estado de Roraima, em 2004, concluiu, após ouvir todos os elementos envolvidos, que seria absolutamente necessária nova identificação das terras destinadas à reserva, dela retirando as áreas cujo aproveitamento é capital para a economia do Estado, bem como uma faixa de 15km ao longo da fronteira do Brasil com a Guiana e Venezuela, aí incluído o Município de Uiramutã.  

 

Estas sensatas medidas tinham em vista, segundo a comissão, preservar a paz social e à garantia da segurança nacional e da ordem no Estado de Roraima.

 

PORTARIA - Numa demonstração de que nossos supremos mandatários continuam dando sobejas manifestações de que estão alheios aos interesses da soberania nacional e submissos às pressões de organismos internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou portaria nº 534, de 13 de abril de 2005, homologando de forma contínua, uma área de 1.743.000 hectares considerada de posse permanente dos grupos indígenas Ingarikó, Makuxi, Taurepang e Wapixana.

 

Lula contrariou frontalmente todos estudos e relatórios promovidos pelo Congresso Nacional e, em especial, o da Comissão Externa cujo relator foi extremamente coerente e objetivo nas conclusões que apresentou.

 

A malfadada Força de Ocupação

 

“Os agentes estão transitando em Roraima com viaturas sem placas e esta semana crianças que iam para as escolas, ficaram temerosas ao cruzar com os federais que portavam armas a mostra, quando eles deixavam um restaurante no Centro da Capital” afirmou deputado federal Márcio Junqueira. O parlamentar federal condenou a forma desrespeitosa e absurda como os policiais vêm agindo: “Nada justifica esse exacerbo, essa ofensa a Roraima. Estes policiais se acham os salvadores, ou o Exército de Libertação. Na realidade, eles estão afrontando a sociedade roraimense”. Márcio Junqueira pretende repudiar de forma veemente nas ruas, na Tribuna da Câmara dos Deputados, e nos veículos de comunicação a conduta marginal da Polícia Federal.

 

A Polícia Federal foi surpreendida com a reação dos arrozeiros, que estão empregando táticas de guerrilha, e decidiu recuar suspendendo suas ações, temporariamente, na reserva. A PF recuou amedrontada e aguarda a chegada de reforços de mais 350 policiais e, quem sabe, a mobilização, inconstitucional, da Força de Segurança Nacional.

 

O Herói da Resistência  

 

Paulo César Quartiero, gaúcho de 52 anos, líder da resistência dos arrozeiros de Roraima e prefeito de Pacaraima, foi preso pela Polícia Federal no dia 31 de março, quando liderava um grupo de aproximadamente 100 pessoas que interditou a ponte sobre o rio Cauamé. Houve confronto com os Policiais Federais e, na explosão de uma bomba, Renato Quartieiro, filho do arrozeiro, ficou ferido.

 

Quartiero expressa, com veemência, a revolta dos produtores que estão sendo tratados como bandidos pela PF: “Estão fabricando incidentes e desastres ecológicos na região para que, os arrozeiros sejam responsabilizados pelo crime, e colocando os mesmos na mídia de forma a os execrar. E com isso, conseguir o que eles querem que é lacrar nossas máquinas e, conseqüentemente, paralisar nosso plantio e nossa produção. Está se montando um teatro, para nos colocar como agressores do meio ambiente, e conseguir o que até hoje não conseguiram, que é paralisar a produção agrícola do Estado de Roraima. A Polícia Federal é desqualificada para agir porque recebe ordens de setores que podem ser influenciados pelo CIR como o Ministério Público Federal ou a Advocacia-Geral da União. Aí fica a sensação de que a polícia atua em defesa dos interesses do Conselho Indígena de Roraima”, destacou Quartiero.

 

Nos dois históricos episódios em que tivemos de recorrer às armas para defender nossas fronteiras na Amazônia tivemos êxito graças à ação invulgar de dois gaúchos. No Acre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel, liderou a epopéia acreana derrotando o exército boliviano apesar da falta de apoio do governo federal. A questão do Contestado Franco-Brasileiro, no Amapá, foi favorável ao Brasil graças aos argumentos insofismáveis de Joaquim Caetano da Silva, gaúcho de Jaguarão. Perdemos o Pirara para os ingleses, porque as forças militares foram retiradas da região permitindo que os ingleses agissem aliciando indígenas com uma participação importante da igreja luterana. Qualquer semelhança com os incidentes atuais são ‘mera coincidência’.

 

Aniversário

 

A expectativa, no estado, é de que se resolva o impasse antes da data do terceiro aniversário da assinatura do decreto de homologação da reserva pelo presidente Lula. Os índios ameaçaram fazer a desintrusão dos brancos, eles próprios, caso isso não ocorra. “Cansamos de esperar, e se o governo não agir agora nós vamos lutar. Sabemos morrer, mas também sabemos matar”, disse Dionito José de Souza, coordenador do CIR.  

 

Guerra anunciada

 

Era uma guerra anunciada. O Estado Brasileiro permitiu que cada fase da “Cartilha do Separatismo” fosse ardilosamente elaborada e concretizada. Permitiu que a demarcação física das terras fosse feita através da ação de ONGs com o apoio financeiro de organismos internacionais que as ampliaram ao máximo graças a laudos falaciosos. Foi signatário de leis internacionais que procuram neutralizar ou eliminar a presença do estado nas áreas demarcadas. E por fim, permite, sem qualquer controle, que organizações estrangeiras fomentem conflitos de interesses entre os indígenas e a população das áreas demarcadas.

 

Conclusão

 

Acreditamos que é uma necessidade urgente alterar a demarcação das reservas indígenas nas regiões de fronteira com outros países retirando delas áreas cujo aproveitamento é fundamental para a economia e desenvolvimento dos Estados, bem como uma faixa de 15km ao longo de toda fronteira. É preciso, também, aumentar a presença do estado nestes rincões, principalmente com a presença ostensiva das Forças Armadas ocupando, estrategicamente, o espaço Amazônico. Há que se ter uma postura mais vigilante sobre as ONGs que atuam na área. Os recursos que hoje são encaminhados para as mesmas deveriam ser destinados às Forças Armadas que terão, então, condições de proporcionar assistência educacional, médica e sanitária às populações indígenas evitando o desvio de recursos que ora vem ocorrendo.

 

Que o bom senso, por parte do governo federal, venha a prevalecer, revendo sua posição, e que o aguerrido povo de Roraima resista e não se submeta a mais esse ultraje contra o seu estado e a soberania nacional. Que o inimigo que se encontra aquartelado nas nossas trincheiras acobertado sob o manto da fé e da evangelização seja identificado e repatriado.

 

“Não, devemos esperar por uma invasão de outrem, para nos prevenirmos.” (Olavo Bilac).

 

* Hiram Reis e Silva é coronel de Engenharia e professor do Colégio Militar de Porto Alegre.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

 

*  *  *

Legislação:

Leis em excesso

Creditar a solução de problemas à criação de lei ou qualquer outra norma,

como portarias, regulamentos, medidas provisórias, já faz parte da cultura brasileira.

 

Por Pedro Cardoso da Costa*

de São Paulo-SP

Para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

 

Todos pedem lei para criação de um benefício, para uma construção, para uma candidatura, para combater corrupção, já que evitar, dizem ser impossível. Trata-se de crença e como tal há muita distorção. Esses argumentos contemplam, e bem, às autoridades por aquilo que não fazem ou não se dispõem a fazer, considerando que os problemas nacionais, especialmente na área social continuam insolúveis após quinhentos anos da nossa “descoberta”, como é do conhecimento geral.

 

Na última década, atribuíram às reformas constitucionais a solução de tudo. Retiraram até a função básica do Congresso Nacional de legislar. O Executivo normatiza o Sistema Jurídico por meio de medidas provisórias rotineiramente, desrespeitando exigência constitucional da relevância e urgência. Desrespeito acatado por todos, especialmente pela Procuradoria-Geral da República, e pelo Supremo Tribunal Federal.

 

Analistas econômicos, mais para gurus, se encarregam em dizer que o “setor industrial precisa de reforma para deslanchar”. Educação só melhora com “as reformas constitucionais”; se não houver reformas, o presidente da República fica de mãos atadas. Outros argumentos fracos de conteúdo, inconsistentes por natureza, com finalidade apenas de agradar a alguns políticos atribuem sempre a solução dos problemas sociais às reformas.

 

Um exemplo fora o argumento de que a sonegação brutal de impostos permaneceria intocada, enquanto o caixa do governo seria equilibrado com a retirada da estabilidade do servidor público. Os sonegadores de bilhões continuam intocáveis, conforme recente noticiário na Revista Veja e na imprensa em geral. A SUDAM e SUDENE emprestavam uma, duas, dez vezes bilhões de dólares, mas a solução é criar mais impostos. Basta comprar num shopping center para constatar que nota fiscal é uma utopia ou só é fornecida a quem implora, com uma nítida insatisfação do vendedor na expedição.

 

Errado seria apenas atribuir como solução nacional, mas a estabilidade poderia e deve ser retirada, sempre a partir do ingresso de novos servidores, respeitando direito constitucional adquirido, aprovado pelo Congresso Nacional Constituinte, integrado atualmente pela grande maioria dos parlamentares, inclusive pelo presidente, que hoje diz que só há jeito de governar se a estabilidade for retirada.

 

Resolvem-se problemas com atuação permanente de combate à corrupção, de respeito às normas existentes, de aprimoramento dessas normas para retirar privilégios até hoje existentes, como a contratação de aposentados para cargos comissionados de salário altíssimo no serviço público. Principalmente, soluciona problemas a agilização da Justiça, em todas as suas esferas, no julgamento dos processos. Combater e eliminar a corrupção no funcionalismo público, evitando assim as chamadas operações atípicas de onde saem milhões do dinheiro público para banqueiros, sem nunca conhecerem a punição.

 

Não aprovarem leis em benefício pessoal em detrimento da Nação, sempre amparados pelo argumento juvenil de ser “outro o momento”. Até parece que o tempo só passa no Brasil. Vejam, se Constituição resolvesse problema, o Brasil deveria ser oito vezes melhor do que os Estados Unidos.

 

'As autoridades e as instituições não justificam corretamente os seus atos, principalmente as despesas

e execução de obras. Quando uma nova situação surge, inventa-se um projeto de lei'

 

Os problemas norte-americanos servem sempre para justificar tudo que de negativo se tem no Brasil. Não servem como exemplo o fato da Constituição americana já vigorar há duzentos anos - pelo menos quase todos os professores de Direito Constitucional dizem isso, e o meu mestre, Caio Pompeu de Toledo não foi diferente; sem possibilidade de comparação entre as condições sociais dos americanos com a dos brasileiros.

 

Na doutrina de Direito sempre se diz que a interação “valores sociais e as leis” pode ajudar a resolver alguns problemas. Mas o fundamental seria a execução de bons projetos, combate efetivo à corrupção, à sonegação de impostos, e extremamente importante a agilização da prestação jurisdicional. Substituir as velhas justificativas, retirar do Executivo a indicação de membros do Judiciário e do Ministério Público, especialmente a nomeação do Procurador-geral e dos juízes do Supremo Tribunal Federal - STF. E que as auditorias, as secretarias de finanças e os tribunais de contas fossem mais rigorosas no controle do dinheiro público.

 

Os assaltos financeiros, chamados de "desvios de verbas", nunca são punidos. Isso é grave, desmoralizador, todos sabem, muitos fingem discordar, e o problema não é corrigido. Tem que ser preso aquele que cometer crimes puníveis com a prisão, sem discussão de condições sociais. Colocar a culpa em leis brandas é mera desculpa. Trata-se de argumento inconsistente usado como justificação - intolerável - por aqueles que não estão predispostos a cumprir bem as suas funções públicas.

 

Futuramente os historiadores dirão que os políticos brasileiros foram ótimos, levando em conta apenas a duração dos mandatos. As autoridades e as instituições não justificam corretamente os seus atos, principalmente as despesas e execução de obras. Quando uma nova situação surge, inventa-se um projeto de lei; uma comissão para dar um “parecer técnico” - que todo mundo já sabe de antemão que será uma desculpa esfarrapada - e tudo continua sem solução, e na mesma proporção os nossos problemas sociais vão se agravando.

 

Citaria o exemplo de ex-governador Mário Covas que esteve na vida pública desde 1962 e a continuação das oligarquias Sarney, Magalhães e outras que dominam os parlamentares e aprovam tudo conforme querem, e eles mesmos culpam as leis por não solucionarem os problemas.

 

Mesmo tendo se tornado uma retórica, a sociedade brasileira não pode continuar sendo conivente com essa situação. Todos os segmentos sociais precisam reagir e exigir mudança na prática da política nacional.

 

Se continuar acreditando que os problemas sociais serão resolvidos por leis ou por medidas provisórias, na medida que aumenta o número de leis, na mesma proporção crescem a burocracia, a concentração de renda e a miséria. Talvez a leitura do livro Cidadão de Papel de Gilberto Dimenstein nas escolas ajude na conscientização da cidadania e reforce a posição aqui colocada.

 

Não saber quais as normas a aplicar e qual Justiça seria a competente são fatores determinantes para a morosidade da Justiça.

 

Faz-se necessário que os formadores de opinião ajudem a desfazer este mito. Uma posição firme da Ordem dos advogados do Brasil, parlamentares, professores, imprensa em geral seria decisiva para firmar na sociedade a convicção de que a solução de problemas depende muito mais de administradores honestos e competentes, e estes itens são valores construídos, e em nada interfere se estiverem contidos numa lei.

 

* Pedro Cardoso da Costa é bacharel em Direito.

 

*  *  *

Medicamentos:

A morte ‘pseudo-acidental’ de Heath Ledger

O tráfico "oficial" de drogas mostra sua face cruel - ou, quando o

"procure assistência médica, se persistirem os sintomas" se transforma em busca da morte.

 

Por Alberto F. do Carmo*

De Brasília-DF

Para Via Fanzine

www.viafanzine.jor.br

Heath Ledger overdose por drogas lícitas.

  

A morte do ator Heath Ledger, nunca poderia ter sido acidental, como afirmou a família. É tapar o sol com a peneira, e ajudar a esconder a barbárie silenciosa que esta tragédia oculta.

 

Qualquer pessoa de bom senso, não tomaria um analgésico tão potente misturado com quatro benzodiazepínicos diferentes. Mas a questão do abuso de uso de comprimidos na sociedade americana é antiga. Em 1970, mais ou menos, tomei conhecimento do significado dos uppers (excitantes, antidepressivos) e downers (calmantes e hipnóticos). Assim eram chamados na gíria americana.

 

Recentemente, revendo um filme, com Frank Sinatra e Debbie Reynolds, dos anos 50, Armadilha Amorosa (The Tender Trap), Sinatra no papel de um solteirão e conquistador inveterado, recebe e hospeda um primo (David Wayne) e põe-no logo à vontade: "a casa é sua, se quiser as bebidas estão aqui, e no armário do banheiro você encontra Dexedrina e Seconal", isto é, anfetamina e um sedativo barbitúrico.Quando vi o filme, adolescente ainda, não entendi direito. Mas hoje sei que as "boas-vindas" envolviam propaganda abusiva de medicamentos perigosos, além de incentivo ao tabagismo e alcoolismo.

 

Eu ficava admirado ao ver tais filmes. Mal alguém chegava de visita e já ofereciam os famosos drinks. Coitado do nosso cafezinho! Em All That Jazz vê-se claramente o personagem principal, fazendo uso de anfetaminas. E o filme é recente.

 

E como se fumava nos filmes! Por qualquer dá-cá-aquela palha, alguém acendia um cigarro. Até o nascimento de um filho homem, se não me engano, era comemorado - nos ditos filmes - com a distribuição de charutos, pelo pai, entre os amigos.

 

Aqui no Brasil, a venda também era livre. Comprava-se Amplictil, Seconal, Nembutal, entre outros, sem controle algum. E a tentativa ou consumação de suicídios, por super-dosagem desses medicamentos, era comum.

 

Depois, surgiu a hipocrisia dos "antidistônicos", felizmente banidos e maior rigor nas receitas médicas.O antidistônico era simplesmente o calmante com um atenuante, como por exemplo, o tartarato de ergotamina, que predispunha a cardiopatias. Aí, veio o controle estrito, as receitas obrigatórias em papel branco com cópia, as receitas azuis para os famosos “tarja preta”, exigência de nome e endereço do paciente, identidade do  comprador, etc. Foi um avanço.

 

E a partir dos benzodiazepínicos, as possibilidades de suicídio diminuíram, pois é preciso uma quantidade enorme de comprimidos deste tipo, para alguém se matar. E, desde então, os médicos só receitam três caixas, no máximo. Mais um avanço. Ou melhor, poderiam ter sido avanços.

 

Sim, o grande problema foi o surgimento e a proliferação de profissionais sem escrúpulos. Desgraçadamente, eles infestam a psiquiatria no Brasil e no mundo atual. A conversa com o paciente, desabafos deste, recomendações de conduta pelo psiquiatra, enfim, a terapia mesmo, tais coisas estão cada vez mais curtas, ou até inexistentes. Estão dopando as pessoas, que praticamente só vão aos consultórios para buscar receitas.

 

Tudo já está parecendo cena do Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, onde os infelizes e descontentes eram tratados a jatos de spray de "soma", que os fazia ficar felizes e contentes.

 

Pesquisei as URLs abaixo relacionadas. Mas, antes, pesquisei substância por substância, das citadas na notícia da morte do infeliz ator. E em todos os casos, é impressionante o número de fornecedores que oferecem todos esses medicamentos com facilidades, nos EUA. São tão loucos, que mandam e-mails (com ou sem vírus) oferecendo, por exemplo, Xanax. Até para brasileiros, e neles eu me incluo, mandam propagadas destes medicamentos.

 

Repetindo, aqui no Brasil, pelo menos, ninguém receita mais de três caixas de remédios tarja preta. Mas o médico precisa ter certo controle, pois um cara viciado ou suicida potencial, pode perfeitamente ir a dois, três, quatro médicos e pedir as três caixas regulamentares. Não há o devido controle e a informatização já deveria ter tornado isto possível.

 

O que me parece que Heath Ledger fez, pode ter sido igual ao gesto da personagem central do conto Yvette de Guy de Maupassant. Para tentar o suicídio aspirando éter, vai comprando pequenas doses (o que era permitido,como se permite hoje a compra de três caixas de remédios tarja preta) de farmácia em farmácia, por Paris inteira, até conseguir o que achou necessário para a consumação do "tresloucado gesto". Não dá certo. No caso deste pobre menino rico, deu. É o caso de lembrar o dito latino: qui potest?  Quem lucra?

 

*Alberto Francisco do Carmo é licenciado em Física pela UFMG, Técnico em Assuntos Educacionais - Iphan –Brasília, colaborador do International Movie Database e do diário digital Via Fanzine.

 

Textos de Alberto Francisco do Carmo no IMDb:

http://www.imdb.com/user/ur3817424/comments

 

- Foto: Wikipedia.

 

Leia mais sobre os medicamentos usados por Heath Ledger em:

http://en.wikipedia.org/wiki /Diazepam

http://saude.hsw.uol.com.br /questao706.htm

http://healthalerts.blogspot .com/2007/05/oxicodona-oxyconti n-fda-10-de-maio-de.html

http://en.wikipedia.org/wiki /Alprazolam

http://en.wikipedia.org/wiki /Temazepam

 

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'Socialismo capitalista':

Um século de hipocrisia

"É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro,

mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte;

ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola..."

(Roberto Campos)

 

Por Rodrigo Constantino*

 

O arquiteto Oscar Niemeyer completou um século de vida sob grande reverência da mídia. Ele foi tratado como "gênio" e um "orgulho nacional", respeitado no mundo todo. Não vem ao caso julgar suas obras em si, em primeiro lugar porque não sou arquiteto e não seria capaz de fazer uma análise técnica, e em segundo lugar porque isso é irrelevante para o que pretendo aqui tratar. Entendo perfeitamente que podemos separar as obras do seu autor, e julgá-los independentemente. Alguém pode detestar a pessoa em si, mas respeitar seu trabalho. O problema é que vejo justamente uma grande confusão no caso de Niemeyer e tantos outros "artistas e intelectuais". O que acaba sendo admirado, quando não idolatrado, é a própria pessoa. E, enquanto figura humana, não há nada admirável num sujeito que defendeu o comunismo a vida inteira.

 

Niemeyer, sejamos bem francos, não passa de um hipócrita. Seus inúmeros trabalhos realizados para governos, principalmente o de JK, lhe renderam uma bela fortuna. O arquiteto mamou e muito nas tetas estatais, tornando-se um homem bem rico. No entanto, ele insiste em pregar, da boca para fora, o regime comunista, a "igualdade" material entre todos. Não consta nas minhas informações que ele tenha doado sua fortuna para os pobres. Enquanto isso, o capitalista "egoísta" Bill Gates já doou vários bilhões à caridade. Além disso, a "igualdade" pregada por Niemeyer é aquela existente em Cuba, cuja ditadura cruel o arquiteto até hoje defende. Gostaria de entender como alguém que defende Fidel Castro, o maior genocida da América Latina, pode ser uma figura respeitável enquanto ser humano. São coisas completamente contraditórias e impossíveis de se conciliar. Mostre-me alguém que admira Fidel Castro e eu lhe garanto se tratar ou de um perfeito idiota ou de um grande safado. E vamos combinar que a ignorância é cada vez menos possível como desculpa para defender algo tão nefasto como o regime cubano, restando apenas a opção da falta de caráter mesmo. Ainda mais no caso de Niemeyer.

 

Na prática, Niemeyer é um capitalista, não um comunista. Mas um capitalista da pior espécie: o que usa a retórica socialista para enganar os otários. Sua festa do centenário ocorreu em São Conrado, bairro de luxo no Rio, para 400 convidados. Bem ao lado, vivem os milhares de favelados da Rocinha. Artistas de esquerda são assim mesmo: adoram os pobres, de preferência bem longe. Outro aclamado artista socialista é Chico Buarque, mais um que admira Cuba bem de longe, de sua mansão. E cobra caro em seus shows, mantendo os pobres bem afastados de seus eventos. A definição de socialista feita por Roberto Campos nos remete diretamente a estes artistas: "No meu dicionário, 'socialista' é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros".

 

'Os 'heróis' dos brasileiros me dão calafrios!

Eu só lamento, nessas horas, não acreditar em inferno'

 

Aquelas pessoas que realmente são admiráveis, como tantos empresários que criam riqueza através de inovações que beneficiam as massas, acabam vítima da inveja esquerdista. O sujeito que ficou rico porque montou um negócio, gerou empregos e criou valor para o mercado, reconhecido através de trocas voluntárias, é tachado de "egoísta", "insensível" ou mesmo "explorador" por aqueles mordidos pela mosca marxista. Mas quando o ricaço é algum hipócrita que prega aos quatro ventos as "maravilhas" do socialismo, vivendo no maior luxo que apenas o capitalismo pode propiciar, então ele é ovacionado por uma legião de perfeitos idiotas, de preferência se boa parte de sua fortuna for fruto de relações simbióticas com o governo. Em resumo, os esquerdistas costumam invejar aquele que deveria ser admirado, e admirar aquele que deveria ser execrado. É muita inversão de valores!

 

Recentemente, mais três cubanos fugiram da ilha-presídio de Fidel Castro. Eles eram artistas, como o cantor Chico Buarque, por exemplo. Aproveitaram a oportunidade e abandonaram o "paraíso" comunista, que faz até o Brasil parecer um lugar decente. Eu gostaria de aproveitar a ocasião para fazer uma proposta: trocar esses três "fugitivos" que buscam a liberdade por Oscar Niemeyer, Chico Buarque e Luiz Fernando Verissimo, três adorados artistas brasileiros, defensores do modelo cubano. Claro que não seria uma troca compulsória, pois estas coisas autoritárias eu deixo com os comunistas, que abominam a liberdade individual. A proposta é uma sugestão, na verdade. Acho que esses três comunistas mostrariam ao mundo que colocam suas ações onde estão suas palavras, provando que realmente admiram Cuba. Verissimo recentemente chegou a escrever um artigo defendendo Zapata e Che Guevara. Não seria maravilhoso ele demonstrar a todos como de fato adora o resultado dos ideais dessas pitorescas figuras?

 

Enfim, Niemeyer completa cem anos de vida. Um centenário defendendo atrocidades, com incrível incapacidade de mudar as crenças diante dos fatos. O que alguém como Niemeyer tem para ser admirado, enquanto pessoa? Os "heróis" dos brasileiros me dão calafrios! Eu só lamento, nessas horas, não acreditar em inferno. Creio que nada seria mais justo para um Niemeyer quando batesse as botas do que ter de viver eternamente num lugar como Cuba, a visão perfeita de um inferno, muito mais que a de Dante. E claro, sem ser amigo do diabo, pois uma coisa é viver em Cuba fazendo parte da nomenklatura de Fidel, com direito a casas luxuosas e Mercedes na garagem, e outra completamente diferente é ser um pobre coitado qualquer lá. Acredito que esse seria um castigo merecido para este defensor de Cuba, que completa um século de hipocrisia sendo idolatrado pelos idiotas.

 

* Rodrigo Constantino é escritor no Rio de Janeiro-RJ.

   Seu blog é: http://rodrigoconstantino.blogspot.com.

 

 

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